Quem Eram Himeneu, Alexandre e Fileto?

Himeneu, Alexandre e Fileto foram três homens que aparecem na narrativa bíblica do Novo Testamento. Eles viveram no período apostólico da Igreja Primitiva e são citados por Paulo como sendo pessoas que causaram danos à pregação do Evangelho. Pela forma com que são mencionados na Bíblia, é possível que Himeneu, Alexandre e Fileto tenham exercido algum papel de liderança na comunidade cristã da época.

Quem foi Himeneu

O nome Himeneu é derivado de Hímen, o deus grego do matrimônio. Himeneu é citado apenas em duas passagens bíblicas (1 Timóteo 1:19,20; 2 Timóteo 2:17). Na primeira passagem, Himeneu aparece associado a Alexandre, enquanto na segunda ele aparece em conexão com Fileto.

Paulo fala de Himeneu para Timóteo enquanto este estava exercendo um importante trabalho na igreja de Éfeso. Isso parece indicar que provavelmente Himeneu era um mestre nessa cidade. Além disso, Paulo cita Himeneu exatamente em um texto em que ele aconselha Timóteo acerca do bom combate da fé, expondo a importância e a necessidade de permanecer firme na verdade do Evangelho e à fidelidade a Cristo. Conheça também a biografia de Timóteo.

Timóteo deveria se opor à perversão da doutrina que estava sendo inspirada por Satanás entre alguns efésios. Entre essas pessoas que naufragaram na fé, Paulo destaca os nomes de Himeneu e Alexandre.

Isso significa que Himeneu rejeitou e se desviou da verdade. Consequentemente, ele também passou a se dedicar a ensinar falsas doutrinas que corrompiam o entendimento de alguns. Fora essas breves referências, nada mais se sabe sobre quem foi Himeneu.

Quem foi Alexandre?

Alexandre era um nome bem comum já naquele tempo. Seu significado é “defensor de homens”. Por esse motivo existem vários personagens bíblicos mencionados com esse mesmo nome (cf. Marcos 15:21; Atos 4:6; etc.). Mas o que Alexandre que nos interessa neste texto é aquele relacionado a Himeneu em 1 Timóteo 1:20.

Esse Alexandre era um dos líderes dos hereges em Éfeso, ao lado de Himeneu. Ele ensinava falsos ensinos que prejudicavam a comunidade cristã daquela cidade e que deveriam ser combatidos por Timóteo.

Alguns estudiosos tentam estabelecer uma relação entre esse Alexandre e outros dois homens com esse mesmo nome que tiveram contado com o ministério apostólico de Paulo. O primeiro deles é o líder dos judeus em Éfeso nos dias da revolta contra os cristãos. Ele tentou apaziguar os ânimos dos pagãos, talvez temendo que naquele tumulto eles não conseguissem distinguir os judeus dos cristãos (Atos 19:33s.).

O segundo Alexandre é aquele que se mostrou ser um terrível inimigo de Paulo e do próprio Evangelho. Ele é chamado de Alexandre, o latoeiro, o qual causou muitos males ao apóstolo (2 Timóteo 4:14).

No entanto, é impossível fazer qualquer tipo de identificação entre esses três personagens. Por causa da popularidade desse nome, muito provavelmente as referências bíblicas falam de três pessoas diferentes.

Quem foi Fileto?

Fileto significa “amado”, e é um nome mencionado uma única vez na Bíblia (2 Timóteo 2:17). Ele aparece ao lado de Himeneu como mestres da heresia na cidade Éfeso. Fileto foi mais um que se desviou da verdade.

Curiosamente nessa ocasião Alexandre não é mencionado, visto que anteriormente ele é quem é citado ao lado de Himeneu (1 Timóteo 1:19,20). Além dessa citação pontual de seu nome, não existe qualquer outra informação sobre quem foi Fileto na Bíblia.

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As doutrinas de Himeneu, Alexandre e Fileto

Sem dúvida Himeneu, Alexandre e Fileto foram pessoas que representaram certo perigo com relação à pregação do Evangelho no distrito de Éfeso. Isso fica claro no modo com que o apóstolo Paulo encoraja Timóteo a se opor veementemente aos ensinos proclamados por eles.

Como já foi dito, eles foram mestres perniciosos que tentavam perverter os cristãos efésios. Por ser citado primeiro nas duas referências, talvez Himeneu fosse o mais influente deles. No geral, Himeneu, Alexandre e Fileto eram pessoas hipócritas que se levantaram como proponentes da falsa doutrina legalista naquela época.

Parece que eles usavam principalmente mitos e fábulas acerca de genealogias para prestar um desserviço a obra de Deus. Eles tentavam se passar por mestres da Lei, mas não sabiam nem o que estavam ensinando (cf. 1 Timóteo 1:3-7).

Dessa forma eles são descritos por Paulo como pessoas que naufragaram na fé e se desviaram da verdade. Num primeiro momento, o apóstolo diz entregar Himeneu e Alexandre a Satanás para serem castigados, “a fim de não mais blasfemarem” (1 Timóteo 1:20). Essa expressão do apóstolo é muito forte, e também foi empregada por ele em outra ocasião (1 Coríntios 5:5).

Existem diferentes opiniões acerca de sua melhor interpretação. A posição mais comumente adotada pelos intérpretes é a de que Paulo estava se referindo a expulsão desses indivíduos da comunhão da Igreja para o mundo, isto é, ao poder de Satanás. Apesar de ser uma sentença muito dura, ela contém propósito disciplinador.

Mas de qualquer forma, tempos depois quando Paulo escreveu sua segunda carta a Timóteo, o mesmo Himeneu ainda aparece como um inimigo do Evangelho (2 Timóteo 2:17). Dessa vez ele é citado não mais ao lado de Alexandre, mas de Fileto. Não é possível explicar por que Alexandre não é citado nessa passagem. Talvez ele tivesse se mudado de Éfeso ou até mesmo morrido, ou, quem sabe, se arrependido.

Himeneu e Fileto negavam a ressurreição do corpo

Nessa segunda referência de Paulo a Himeneu, o apóstolo fornece mais detalhes sobre o tipo de ensino que ele propagava. Himeneu e Fileto diziam que a ressurreição já havia acontecido. Isso significa que eles negavam a ressurreição do corpo, e ensinavam apenas um tipo de versão espiritualizada da ressurreição na ocasião da conversão (2 Timóteo 2:18). O apóstolo Paulo já havia enfrentado um problema semelhante a esse em Corinto (1 Coríntios 15:12-14).

Essa negação da ressurreição corporal tinha suas raízes num dualismo pagão comum na cultura grega da época. Para os gregos era inconcebível a ideia de uma ressurreição do corpo, pois eles se limitavam a defender que o que é espiritual é bom, e o que é material é mau.

Segundo o apóstolo Paulo, esse falso ensino de Himeneu e Fileto estava corroendo como câncer, e pervertendo a fé de alguns (2 Timóteo 2:18). Esse caráter específico do ensino de Himeneu não fica claro na primeira referência quando ele aparece ao lado de Alexandre. Porém, quando é citado ao lado de Fileto, esse detalhe fornecido por Paulo serve para indicar que Himeneu e Fileto podem ser classificados como mestres de alguma forma de gnosticismo cujos ensinos prejudicavam a pregação do Evangelho e perturbava a fé de alguns crentes efésios.

Apesar de Himeneu, Alexandre e Fileto estarem infiltrados na comunidade cristã, e o contexto sugerir que eles próprios professavam ser cristãos, Paulo faz questão de dizer que embora eles estivessem se dedicando ao engano, seus falsos ensinos jamais poderiam destruir a Igreja de Cristo. Por isso ele escreve que “o sólido fundamento permanece firme, tendo este selo: O Senhor conhece aqueles que são seus, e que todo o que invoca o nome do Senhor se aparte da injustiça” (2 Timóteo 2:19).

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