O Que Aconteceu Com José na Prisão no Egito?

O relato de José na prisão está registrado na Bíblia no livro de Gênesis, no Antigo Testamento (Gênesis 40). Na verdade, José na prisão é um dos pontos mais dramáticos da história do filho favorito de José. Sem dúvida o fato de ele ter sido preso injustamente e depois ter saído do cárcere para ocupar um posto de grande honra no Egito, forma um contraste marcante que chama a atenção de qualquer leitor da Bíblia.

Mas para falarmos corretamente a respeito do que ocorreu com José na prisão, é importante entender como ele foi parar lá. A Bíblia diz que depois de ter sido maltratado e vendido por seus irmãos a uma caravana de comerciantes ismaelitas, José acabou sendo revendido como escravo em terras egípcias.

No Egito, a pessoa que comprou José foi Potifar, um oficial de Faraó e capitão da guarda. Potifar levou José para servir em sua casa, e rapidamente o jovem hebreu se destacou ali. Tendo sido colocado como responsável por todos os bens de Potifar, a Bíblia diz que José enfrentava ataques insistentes da mulher de Potifar que tentava seduzi-lo. No entanto, um dia a mulher de Potifar aproveitou a ocasião em que esteve sozinha com José e o agarrou pela roupa.

José conseguiu fugir, mas suas vestes principais ficaram nas mãos da mulher de Potifar. Isso foi suficiente para que aquela mulher perversa pudesse acusar José de tentar ter relações forçadas com ela. Então de acordo com o texto bíblico, José acabou sendo preso no Egito após ser falsamente acusado pela mulher do senhor da casa onde ele servia.

O papel de José na prisão

A prisão que José esteve, ficava na casa do capitão da guarda. Alguns comentaristas sugerem que talvez esse capitão da guarda fosse o próprio Potifar. Apesar de ser verdade que Potifar também é descrito assim em outra parte do texto bíblico, não é possível afirmar nada com exatidão nesse sentido.

Tendo ganhado a confiança do carcereiro, José foi encarregado de cuidar dos outros presos. E foi nesse contexto que ele conheceu dois prisioneiros da corte de Faraó: o copeiro-chefe e o padeiro-chefe. Isso significa que esses dois homens ocupavam cargos de muita confiança na corte egípcia, pois estavam diretamente envolvidos com a comida de Faraó.

De alguma forma, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros ofenderam a Faraó. Então enquanto aguardavam a sua sentença final, os dois homens foram enviados ao cárcere em que José estava.

José na prisão e os sonhos dos servos de Faraó

Numa noite os dois servos de Faraó tiveram, cada qual, um sonho. Na manhã do outro dia, José percebeu que eles estavam angustiados. Os dois homens então disseram a José que estavam abatidos porque tinham sonhado durante a noite, mas não havia ninguém ali capaz de interpretar os sonhos.

Naquele tempo as pessoas davam muita importância aos sonhos, pois acreditavam que através deles era possível obter mensagens sobre o futuro. As pessoas que supostamente alegavam poder interpretar sonhos, eram muito valorizadas, e geralmente ficavam à disposição dos reis. Por isso o motivo da tristeza dos dois servos de Faraó, pois eles entendiam que na prisão não havia um sábio que pudesse interpretar os seus sonhos.

Mas José contrapôs a ideia pagã e supersticiosa daqueles homens, e explicou a eles que as verdadeiras interpretações só podiam vir de Deus. Na sequência, os dois homens contaram a José os sonhos que tiveram.

O copeiro de Faraó disse a José que havia sonhado com uma videira de três ramos. Depois de brotar e florescer, a videira deu uvas que amadureceram em cachos. Então o copeiro espremeu as uvas daquela videira na taça de Faraó e a entregou ao governante do Egito. Diante desse relato, José comunicou que o significado daquele sonho indicava que dentro de três dias o copeiro seria restabelecido ao seu cargo de confiança diante de Faraó.

Em seguida, o padeiro de Faraó também contou a José o seu sonho, pois tinha visto que a interpretação dada por José ao copeiro tinha sido favorável. Ele disse que havia sonhado que em sua cabeça havia três cestas de pão. A cesta de cima estava repleta de todo tipo de pães e doces, mas no sonho surgiam aves que vinham e comiam da cesta.

Então pelo poder de Deus, José falou ao padeiro a interpretação de seu sonho, que significava que dentro de três dias ele seria executado, e as aves do céu comeriam sua carne. Conforme José falou, assim aconteceu. Em três dias, na ocasião do aniversário de Faraó, o copeiro foi libertado, enquanto que o padeiro foi executado.

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José na prisão e a bênção de Deus

José foi lançado numa prisão, mas não foi desamparado por Deus. A Bíblia diz que a benção do Senhor acompanhou José no cárcere, e tão logo ele prosperou naquele lugar. Mesmo após ter interpretado os sonhos dos servos de Faraó, José ainda teve de ficar mais um tempo aprisionado.

Apesar de José ter pedido que o copeiro se lembrasse dele quando fosse novamente restabelecido à sua posição original, o capítulo bíblico que narra a passagem de José pela prisão, terminando informando que aquele homem se esqueceu de José (Gênesis 40).

A Bíblia não diz quantos anos José ficou preso. Sabemos apenas que ele ficou na prisão por mais dois anos após o copeiro de Faraó ter sido libertado. A Bíblia diz que José foi vendido por seus irmãos quando tinha dezessete anos; e que se tornou governador do Egito aos trinta anos. Então num período de treze anos, José serviu na casa de Potifar e depois foi preso.

Nesse tempo, claro, José foi aperfeiçoado por Deus. Então finalmente chegou o momento apropriado em que o copeiro se lembrou de José quando ninguém foi capaz de interpretar o sonho de Faraó. Foi aí que, de forma extraordinária, de prisioneiro José foi colocado como a segunda pessoa em autoridade no Egito.

Tudo isso nos ensina que Deus tem um modo particular de agir. A agenda de Deus não é a nossa agenda. O texto bíblico que registra a história de José na prisão, revela como muitas vezes Deus cumpre o seu propósito soberano das mais improváveis maneiras.

Deus pode tornar o mal em bem para que a sua vontade seja cumprida (Gênesis 50:20). Na verdade, o episódio de José na prisão é um bom exemplo prático do que escreveu o apóstolo Paulo ao afirmar que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus; daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28).

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