Paciência: Evitando as Dissensões
A paciência é fundamental na vida daquele que foi regenerado pelo Espírito Santo. Paulo, quando escreveu sobre o fruto do Espírito aos irmãos da Galácia, falou sobre a paciência como uma virtude produzida em nós pelo Espírito Santo (Gálatas 5:22). Neste estudo bíblico estudaremos sobre a importância da paciência na vida do verdadeiro cristão.
Por outro lado, a falta de paciência resulta inevitavelmente em obras da carne, gerando dissensões, brigas e explosões de ira.
O significado de paciência na Bíblia
Nos livros do Novo Testamento, pelo menos quatro termos gregos são traduzidos como paciência. Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo utilizou o grego makrothumia, que pode ser traduzido também como longanimidade.
O significado original desse termo transmite a ideia da qualidade de alguém em suportar um sofrimento prolongado ou uma intensa provocação, ou seja, é a qualidade de ser longânime e tardio em irar-se.
Esse mesmo termo o apóstolo empregou para se referir a uma qualidade de Deus em Romanos 2:4, assim como o apóstolo Pedro também o utilizou em sua segunda epístola (2 Pedro 3:9).
Outro termo também traduzido como paciência é o grego hypomone, que basicamente se refere à paciência demonstrada em circunstâncias difíceis. Em um primeiro momento os dois termos podem parecer significar a mesma coisa, mas na verdade o primeiro está mais relacionado à pessoa, enquanto o segundo está relacionado à circunstância enfrentada por tal pessoa, e o modo como ela resiste à adversidade.
Esse é o termo utilizado por Tiago quando se referiu a Jó, explicando que ele resistiu às aflições que lhe atingiram (Tiago 5:11). Esse tipo de paciência é diretamente o oposto da ansiedade, pois mantém a pessoa firme e inabalável em qualquer situação, pois de alguma forma ela possui esperança e segurança. A própria história de Jó é um exemplo claro desse tipo de comportamento.
O perigo da impaciência
Se a paciência pode proporcionar grandes benefícios, a impaciência gera uma série de problemas. Um dos casos de impaciência mais conhecido de toda a Bíblia é o de Sara. Ao invés de esperar pacientemente na promessa do Senhor, ela se precipitou recorrendo a um antigo costume da Mesopotâmia, oferecendo então sua criada egípcia, Agar, a Abraão, para que com ela ele pudesse gerar um filho.
A falta de paciência sempre leva alguém a grandes prejuízos, além de ser uma grande causa para o surgimento de discórdias, demonstrações de ira e dissensões. Esse tipo de consequência também pôde ser notado na história de Sara.
Quando Paulo fala aos gálatas sobre as práticas pecaminosas da velha natureza humana, ele menciona uma sequência de vícios, os quais estão intimamente ligados uns aos outros (Gl 5:21), sendo: inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões e facções.
A importância de ser paciente
A paciência reflete a maturidade do caráter cristão. É verdade que muitas vezes nossa paciência é colocada a prova. Já falamos aqui sobre o exemplo de Jó, um homem íntegro que foi provado pelo próprio Deus.
O mesmo também pode ser dito de Abraão, que, após enfrentar uma longa espera pelo cumprimento da promessa do Senhor em sua vida, foi provado quando lhe foi pedido seu filho Isaque em holocausto.
Precisamos viver uma vida paciente, confiando que Deus está no controle de todas as coisas. Vamos sempre nos lembrar do exemplo do agricultor dado por Tiago (Tiago 5:7-9), que espera pacientemente pelo fruto que é precioso.
Nenhum fruto aparece maduro pronto para colheita da noite para o dia. É preciso plantar a semente, e estar pronto para uma longa espera. Como escreveu o apóstolo Paulo, “não cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecidos” (Gálatas 6:9).
Vamos esperar com paciência, isto é, de forma perseverante e ativa, pois sabemos que a vinda de Cristo está próxima, e chegará o dia em que estaremos livres de toda provação e sofrimento.
Hoje estamos vivendo no tempo do imediatismo, onde as pessoas vivem suas vidas no desespero da pressa, tomando decisões erradas e agindo de forma precipitada. Como seguidores de Cristo, regenerados pelo Espírito Santo, precisamos refletir em nossas vidas a paciência gerada pelo Espírito em nós.
