O Povo de Deus Deve Separar-se do Mal

O povo de Deus deve separar-se do mal. Na Bíblia há muitos textos que descrevem acontecimentos históricos que exemplificaram essa verdade tão importante. Um desses acontecimentos teve a ver com a volta do remanescente judeu após o cativeiro babilônico. Precisou haver uma separação do povo de Deus para reconstruir a comunidade em Judá.

Inclusive, o princípio de que o povo de Deus deve separar-se do mal explica a própria ida do povo ao cativeiro como juízo de Deus por causa do pecado. Os judeus falharam em seu compromisso com a aliança do Senhor.

A idolatria, a imoralidade e a injustiça tinham ganhado espaço dentro da comunidade judaica, afastando o povo da vontade de Deus. Além disso, o povo recusou-se a ouvir a Palavra do Senhor através de seus profetas, resultando no doloroso cativeiro.

O momento da separação

Terminado o tempo de exílio na Babilônia, havia chegado o momento do tão aguardado retorno. O rei Ciro havia conquistado a Babilônia e permitido o retorno dos exilados para sua pátria. Pela providência divina, o decreto de Ciro que liberava o retorno dos exilados também permitiu que eles pudessem reconstruir o templo que havia sido destruído.

Mas o povo de Judá havia passado décadas espalhado pelo reino da Babilônia. Eles tinham fixado suas residências e construído suas vidas ali. Os mais velhos morreram, e novos descendentes nasceram durante aquele período. Muitos desses descendentes certamente enxergavam as terras babilônicas como seu lar em vez da Jerusalém arrasada.

Então a tarefa do povo abandonar a comodidade da Babilônia para retornar a uma cidade desolada com o objetivo de reconstruí-la, não era nada fácil. O texto bíblico deixa bem claro que tudo isso só foi possível porque o Senhor moveu o espírito daqueles que retornaram (Esdras 1:5); e eles obtiveram sucesso porque a mão do Senhor estava sobre eles (cf. Esdras 7:9).

Naquele contexto precisa haver também uma separação. As listagens presentes nos livros de Esdras e Neemias apontam para isso. Há listagens que tratam desde os artigos do templo até os novos residentes de Jerusalém. Mas a lista dos que retornaram da Babilônia registrada em Esdras 2, e repetida em Neemias 7, possui um significado teológico importante nesse sentido.

Essa lista mostra de forma clara que o grupo que estava retornando para Judá de fato pertencia à verdadeira linhagem do povo de Deus. Não havia mistura; os que estavam retornando eram descendentes legítimos dos exilados e estavam prontos para reconstruir a vida em Jerusalém.

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O povo de Deus deve separar-se do mal

A lista dos remanescentes que deixaram a Babilônia rumo à cidade de Jerusalém indicava de forma clara que o povo de Deus deve separar-se do mal. As pessoas que fizeram parte desse grupo tiveram que provar sua linhagem. Aqueles que não conseguiram provar sua descendência acabaram excluídos ­– especialmente aqueles que alegavam possuir linhagem sacerdotal.

Mas além de legitimar os integrantes do grupo que retornaria a Jerusalém, essa lista também cumpria certos objetivos bem específicos no propósito do Senhor. Em primeiro lugar, essa lista mostrava que Deus tem um relacionamento pessoal com o seu povo. Deus conhece intimamente os que são seus e não aceita mistura.

Em segundo lugar, essa listagem confirmava que era o próprio Deus quem estava se encarregando de recriar a comunidade da aliança após o cativeiro. Da mesma forma como Deus já havia formado a nação depois do êxodo do Egito, agora Ele estava mostrando que os anos de exílio não tinham destruído o seu povo escolhido. Ainda havia um remanescente legítimo.

Em terceiro lugar, essa listagem mostrava que cada pessoa era importante no plano de Deus. Zorobabel e o sumo sacerdote Josué tiveram um papel estratégico de liderança durante a reconstrução do templo. Depois, Esdras também desempenhou uma função de liderança importante; assim como Neemias na liderança dos trabalhos de reconstrução dos muros de Jerusalém.

Mas não foram somente essas pessoas que fizeram tudo sozinhas. Muito pelo contrário! Esses homens foram simplesmente os referenciais levantados por Deus para guiar o restante do povo naquele período tão desafiador. Sem as pessoas comuns, as obras de reconstrução não teriam sido realizadas.

Por fim, essa listagem também indicava que a promessa de Deus estava intacta. Mesmo depois do exílio na babilônia; mesmo depois de o povo ter sido espalhado numa terra estranha, a descendência de Abraão estava preservada através da qual o Messias haveria de vir ao mundo.

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