O Que é o Culto Racional?

O culto racional é a entrega total do crente em adoração ao Senhor, com entendimento acerca das bênçãos da salvação. Isso significa se oferecer integralmente a Deus em um culto espiritual.

O versículo bíblico define o culto racional como sendo a apresentação dos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Romanos 12:1). O apóstolo Paulo escreveu essas palavras ao falar sobre qual deve ser nossa relação com Deus, uma vez que, pelas misericórdias divinas, fomos redimidos e justificados por meio da fé em Cristo Jesus.

É nesse contexto que o apóstolo enfatiza que um corpo consagrado e uma mente renovada é a resposta esperada à luz da compreensão da redenção providenciada por Deus. Nesse sentido surge uma questão: De que tipo de culto Paulo esta falando?

A que se refere o culto racional?

Os estudiosos têm respondido esta pergunta de duas maneiras diferentes. Uma parte deles diz que ao falar do culto racional, Paulo tem em mente o culto público; ou seja, o tipo de culto que é oferecido a Deus quando nos reunimos como uma comunidade cristã.

A ideia então é que o apóstolo está fazendo um contraste direto entre o culto do Antigo Testamento, com todas as suas características e formalidades, e o culto que os crentes devem apresentar na nova dispensação. O culto público deve ser apresentado adequadamente pelos crentes como resultado das misericórdias de Deus.

Outra parte dos estudiosos diz que ao falar do culto racional na Carta aos Romanos, Paulo tem em mente a própria vida do crente como um culto diário ao Senhor. Nesse caso também se reconhece que Paulo contrasta a ideia do culto espiritual sacerdotal do Antigo Testamento com a adoração dos crentes do Novo Testamento; mas ele faz isso enfocando as implicações práticas no dia a dia do cristão.

Em outras palavras, Paulo estaria falando de viver em novidade de vida; de cultuar a Deus com toda inteireza de nosso ser, adorando-o em todas as áreas de nossas vidas. Falando sobre isso, John Stott explica que o culto racional não é para ser prestado nas cortes do templo ou no edifício da igreja; mas sim na vida do lar e no mercado de trabalho. É a apresentação de nossos corpos a Deus.

De fato as duas interpretações são possíveis no contexto de Romanos 12. Mas a segunda interpretação não necessariamente exclui a primeira. Se o culto racional é a consagração do nosso corpo ao Senhor diariamente, ele também inclui o culto público; visto que reunir-se com a comunidade do santos para cultuar a Deus publicamente é uma atividade que faz parte do dia a dia do verdadeiro cristão. W. W. Wiersbe diz que cada dia é uma experiência de adoração a Deus.

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Culto racional ou culto espiritual?

Paulo usa uma expressão grega que geralmente é traduzida em português como “culto racional”. Mas essa expressão tem gerado alguns debates entre os intérpretes bíblicos. A palavra “culto” refere-se ao serviço a Deus que envolve a consagração ilimitada da pessoa em tudo o que ela é, possui e faz para o Senhor.

Mas e quanto à palavra “racional”? Essa palavra traduz um termo grego de onde vem a nossa palavra “lógica”. Originalmente esse termo pode significar tanto “razoável” quanto “racional”.

No entanto, como bem lembra William Hendriksen, o significado de uma palavra não é definido antes de tudo por sua etimologia; mas por seu uso em dados contextos. Por isso algumas traduções como a King James e a Bíblia de Jerusalém, ao invés de “culto racional” trazem “culto espiritual”.

Se o sentido for o de “razoável”, então o que Paulo quer dizer é que aqueles que têm sido grandemente abençoados pelas misericórdias de Deus, logicamente devem se oferecer a Ele em sua completude; devem se apresentar a Ele como sacrifícios vivos, santos e agradáveis. Essa é a única resposta razoável, lógica ou apropriada de os crentes responderem em gratidão ao Senhor por suas misericórdias.

Mas se o sentido for o de “racional”, então o que Paulo quer dizer é que em decorrência das misericórdias de Deus, os cristãos devem oferecer um culto inteligente; um culto com entendimento. Isso significa um culto em que todo seu coração e mente estejam envolvidos. Em outras palavras, Paulo chama de “culto racional” aquele culto que o crente apresenta ao Senhor de forma coerente à compreensão da grande misericórdia de Deus no que diz respeito à obra da redenção.

É nesse sentido também que o culto racional pode ser chamado de “culto espiritual”; em oposição ao culto cerimonial do Antigo Testamento. O culto sacerdotal levítico era marcado por uma série de ritos e formalidades. Mas agora, por meio de Jesus Cristo, os verdadeiros adoradores são aqueles que adoram ao Pai em espírito e em verdade.

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