O Que Significa Apocalipse?
Apocalipse significa revelação ou desvelamento. Na Bíblia, essa palavra serve como título do último livro do Novo Testamento escrito por João na Ilha de Patmos. Popularmente, o significado de apocalipse ficou associado diretamente ao conceito de fim dos tempos. Nesse sentido, a palavra apocalipse se tornou um sinônimo de destruição e fim do mundo.
Alguns estudiosos dizem que a ideia de relacionar a palavra “apocalipse” a eventos catastróficos, em certo sentido tem origem em algumas interpretações do próprio livro do Apocalipse – especialmente aquelas interpretações que priorizam o sentido literal das passagens do livro. Como muitos versículos do livro de fato falam dos momentos finais da presente Era, daí muitas pessoas passaram a entender que a palavra “apocalipse” possui um significado relacionado à destruição.
Apocalipse significa revelação, não destruição
Apokalypsis é a primeira palavra do texto grego do livro do Apocalipse. O significado literal desse termo grego é “aparecimento”, “manifestação”, “um ato de se tornar descoberto ou exposto”; no sentido de uma revelação da verdade. Considerando o tema, a mensagem e as características do livro, a palavra “apocalipse” realmente lhe serve como um título perfeito.
Logo na primeira frase do livro, o autor escreve: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que Ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (Apocalipse 1:1). Nesse versículo a palavra “revelação” traduz corretamente o grego apokalypsis.
Então é importante perceber que, antes de tudo, o objetivo do livro é revelar, não esconder. Apesar das pessoas frequentemente associarem a palavra “apocalipse” com algo misterioso e destrutivo, seu significado correto é exatamente o aposto. Apocalipse quer dizer revelar, remover aquilo que encobre.
Contudo, a revelação a qual o livro registra sem dúvida também fala de destruição. O livro do Apocalipse revela que Deus governa soberanamente o Universo e conduz a História à sua consumação, ao seu desfecho final. Essa gloriosa consumação será maravilhosa para uns, mas aterrorizante para outros; será contentamento e alegria para uns, mas pavor e lamento para outros; será bem-aventurança para uns; e destruição eterna para outros.
No dia final, a ira e a justiça de Deus serão reveladas aos ímpios; enquanto a graça e a misericórdia do Senhor repousarão e toda sua plenitude sobre os redimidos. Portanto, faz sentido que para os incrédulos a palavra apocalipse transmita a ideia de destruição. Mas para os salvos, essa palavra é um constante lembrete de que em breve, Deus, para o louvor de Sua glória, trará consumação a todas as coisas, e estabelecerá o Seu povo escolhido no novo céu e nova terra.
A literatura apocalíptica
A palavra “apocalipse” também é amplamente empregada para falar de certo tipo de literatura cujo foco principal é discutir os eventos do final dos tempos. Essas literaturas geralmente são chamadas de profecias apocalípticas ou escatológicas.
Então uma boa porção das visões que João recebeu na Ilha de Patmos e que foram registradas no livro do Apocalipse, definitivamente se enquadra nessa categoria. Mas o livro do apóstolo João não é o único livro bíblico que traz o que podemos chamar de literatura apocalíptica. Os livros de Isaías, Ezequiel, Daniel e Zacarias são exemplos de livros que concentram parte significativa da literatura apocalíptica do Antigo Testamento. Uma característica comum desse tipo de literatura é o uso de linguagem simbólica e figurada.
Além dos textos bíblicos, há vários outros textos e livros apocalípticos que foram produzidos por tradições judaicas e cristãs primitivas. Esses materiais são contados entre os livros apócrifos. Mas esses apocalipses são fantasiosos, contraditórios, sem sentido e jamais podem ser comparados à inerrante profecia escatológica das Escrituras. Então esses apocalipses não possuem nada de valioso a revelar.