O Que Tinha Dentro da Arca da Aliança?
Dentro da Arca da Aliança havia as tábuas da Lei, um vaso com o maná do deserto e a vara de Arão que floresceu (Êxodo 25:16,21; Números 17:1-10; Deuteronômio 10:1-5). A Arca da Aliança ficava dentro do Santo dos Santos no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo em Jerusalém.
A Arca da Aliança foi construída por Bezalel conforme as instruções de Deus dadas a Moisés (Êxodo 20:10,11). A Arca era feita de madeira de acácia e revestida de ouro puro, por dentro e por fora. Com formato retangular, a Arca media 1,5 côvados de largura, 1,5 côvados de altura e 2,5 côvados de comprimento. Isso corresponde a 70 centímetros de largura e altura, e 1,20 metros de comprimento, aproximadamente.
Como fica claro, a Arca da Aliança era como um baú. Inclusive, a palavra hebraica para designá-la possui esse sentido. A tampa que fechava a Arca possuía a figura de dois querubins de ouro que ficavam um de frente para o outro. A tampa era chamada de “propiciatório”. A Arca era transportada através de varas de madeira de acácia cobertas com ouro que ficavam transpassas em quatro argolas de ouro que estavam presas aos quatro cantos da Arca.
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Os objetos guardados na Arca da Aliança
O texto bíblico que fala sobre a construção da Arca da Aliança, indica que Deus ordenou que Moisés colocasse dentro dela o “Testemunho” que Ele haveria de lhe dar (Êxodo 25:16,21). Mas outras passagens bíblicas também indicam que dentro da Arca havia dois outros itens: um vaso de ouro com o maná, e a vara de Arão (Hebreus 9:4).
Vejamos a seguir alguns detalhes sobre os itens que ficavam dentro da Arca da Aliança.
1. O Testemunho
A Bíblia diz que o Testemunho foi guardado dentro da Arca. A palavra “testemunho” nesse contexto equivale à “aliança”. Por isso a Arca também é chamada de “Arca do Testemunho”. Então o “Testemunho” era as palavras da aliança de Deus com Israel.
Essas palavras foram registradas em tábuas de pedra no Sinai que são comumente chamadas de “Tábuas da Lei”. As primeiras duas tábuas que registraram a aliança de Deus foram quebradas por Moisés. Isso aconteceu quando ele contemplou a idolatria de Israel com um bezerro de ouro (Êxodo 32:19).
Mas depois Deus ordenou que Moisés lavrasse outras duas tábuas de pedra para que elas recebessem as mesmas palavras que tinham sido escritas nas primeiras tábuas. Isso significou a renovação da aliança. Então as tábuas que foram colocadas dentro da Arca da Aliança eram essas últimas tábuas.
Alguns estudiosos sugerem que as duas tábuas da Lei eram cópias idênticas. No Antigo Oriente Próximo, os tratados eram registrados em cópias iguais. Cada cópia pertencia a cada uma das partes que firmavam a aliança.
Seja como for, as tábuas da Lei que ficavam dentro da Arca da Aliança continham as condições da aliança de Deus com seu povo (Êxodo 25:16,21). O livro de Deuteronômio informa que nas tábuas estavam escritos os Dez Mandamentos da Lei de Deus (Deuteronômio 10:1-5).
2. O vaso de ouro com o maná
Quando Deus enviou o maná para sustentar os israelitas no deserto, Ele também ordenou que uma porção do maná fosse colocada dentro de um vaso. Isso serviria de sinal para as futuras gerações sobre o poder sustentador de Deus (Êxodo 16:32).
Esse vaso devia ficar “diante do Senhor” e foi guardado junto ao Testemunho (Êxodo 16:34). O escritor de Hebreus informa que o vaso que ficava dentro da Arca era feito de ouro (Hebreus 9:4).
É interessante saber que o maná que o Senhor enviou como sustento para os israelitas no deserto estragava quando guardado de um dia para o outro. Mas a porção do maná que ficava guardada dentro da Arca da Aliança não estragava.
3. A vara de Arão
Certa vez o povo de Israel se levantou contra a liderança de Moisés e questionou a legitimidade do sacerdócio da casa de Arão que pertencia à tribo de Levi. Então Deus propôs um teste em Israel. Naquela ocasião Deus provou sua escolha por Arão ao fazer com que seu bordão fosse o único a florescer entre todos os outros bordões que representavam as tribos de Israel.
Tudo isto aconteceu diante da Arca da Aliança no Tabernáculo. Depois, Deus ordenou que Moisés tornasse a colocar a vara de Arão florescida perante o Testemunho. Esse seria mais um sinal para os filhos rebeldes de Israel (Números 17:1-13).
O que aconteceu com os itens guardados dentro da Arca da Aliança?
Ninguém sabe o que aconteceu ao certo com a Arca da Aliança e com os itens que ficavam dentro dela. Muito provavelmente tudo foi perdido na ocasião da tomada de Jerusalém por Nabucodonosor.
Mas tudo ocorreu de acordo com a vontade de Deus. O que tinha dentro da Arca da Aliança, e a própria Arca em si, apenas apontava para uma realidade superior da habitação de Deus com seu povo fiel.
Como representação máxima da presença de Deus no meio de Israel, a Arca apontava para Cristo, o próprio Deus conosco. O apóstolo Paulo escreve que em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Colossenses 2:9). O escritor de Hebreus diz que Cristo é o resplendor da glória e a expressão exata do Ser de Deus (Hebreus 1:3). Por isso não necessitamos mais da Arca.
Quanto ao que tinha dentro da Arca da Aliança, o mesmo princípio é válido. Ao invés das tábuas originais do Testemunho, temos agora a manifestação final da Palavra de Deus. Jesus é a Palavra que se fez carne e habitou entre nós (João 1:14).
Ele próprio é a Verdade de Deus que liberta definitivamente o homem do pecado. Ele é a revelação final de Deus (Mateus 11:27). A Carta aos Hebreus diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, os pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho” (Hebreus 1:1,2).
Também não necessitamos mais do vaso de ouro que continha a porção do maná. Isso porque aquele maná derramado no deserto simplesmente tipificava o verdadeiro Pão que desceu do Céu. Jesus Cristo é o Pão da Vida (João 6:48-51).
Já a vara de Arão que ficava dentro da Arca e testificava a aprovação divina do sacerdócio levítico, agora deu lugar à revelação de que na Igreja se cumpre de forma plena o propósito de Deus em ter para si uma nação de reis e sacerdotes.
O apóstolo Pedro escreve que os crentes chamados por Deus e redimidos em Cristo, são sacerdotes reais comissionados a proclamar as virtudes daquele que os tirou das trevas para luz (1 Pedro 2:9). Realmente é interessante saber o que tinha dentro da Arca. Mas o mais importante é entender que todas aquelas coisas eram sombras que se dissiparam com o cumprimento da promessa da encarnação do Filho de Deus.