Quem Era Baal na Bíblia?

Baal era o principal deus do panteão dos cananeus. Baal significa “senhor”, “amo”, “possuidor” ou “marido”. Essa palavra hebraica passou a designar o deus semita da tempestade Hadade, mas também outras divindades locais eram chamadas de Baal. A adoração a Baal foi um grave problema em Israel durante parte do período do Antigo Testamento.

O deus Baal na Bíblia

Em Canaã, cada cidade tinha sua divindade local. Por isto diferentes deuses são chamados de Baal no Antigo Testamento. Inclusive, alguns textos bíblicos usam o plural “Baalins” para se referir às muitas divindades pagãs dos povos vizinhos de Israel.

Mas a maioria das referências bíblicas que falam de Baal se refere a Hadade. Hadade era uma divindade semita cultuada pelos amorrreus como sendo o suposto deus da tempestade. Ele é chamado de Baal desde pelo menos o terceiro milênio antes de Cristo. No geral, as lendas sobre Baal o colocavam como dominador das águas primitivas.

Parece que Hadade foi incorporado ao panteão cananeu tornando-se sua principal divindade. Para os povos cananeus Baal era o deus da fertilidade, responsável pelas chuvas que semeavam vida na terra e resultava em colheitas.

O culto a Baal se tornou muito comum no Antigo Oriente Próximo. Por isto Baal é mencionado em fontes fenícias, babilônicas, aramaicas e até egípcias. Em algumas fontes ugaríticas, Baal é citado como filho do deus El. Em outra ocorrência Baal aparece como filho de Dagom, o deus cultuado pelos filisteus.

Como o título Baal é empregado a diferentes divindades locais, às vezes é difícil saber se em todas essas ocorrências é o mesmo deus que está em foco. Baal também aparece muitas vezes associado à deusa Aserá.

A idolatria a Baal entre os israelitas

O Antigo Testamento relata muitos casos de adoração a Baal. Inclusive, por muitas vezes o povo de Israel esteve envolvido com o culto a Baal. Desde a época de Moisés o culto a esse falso deus foi um problema. Balaão aconselhou o rei Balaque de Moabe a seduzir os israelitas à idolatria de Baal-Peor (Números 22:41).

Depois, na época dos juízes, havia altares dedicados a Baal (Juízes 2:13; 6:28-32). Mas sem dúvida o auge da adoração a Baal em Israel ocorreu durante o reinado do rei Acabe (1 Reis 16:32; 18:17-40). Acabe casou-se com a princesa Jezabel dos sidônios. Ela era uma mulher perversa e idólatra, e fez questão de introduzir o culto a Baal e a Aserá. Nesse caso a divindade referida era Melcarte, o Baal dos sidônios.

Enquanto Jezabel perseguia os profetas do Senhor, ela também sustentava centenas de profetas pagãos. Assim, o culto a Yahweh foi quase abolido em Israel, com exceção dos relativamente poucos que não dobraram seus joelhos a Baal. Elias foi o profeta de Deus que se opôs a essa decadente situação de Israel.

Depois do tempo de Acabe, por mais algumas vezes os Israelitas cederam à adoração a Baal (cf. 2 Reis 3; 10:18-28; 18:4,22; 21:3; 2 Crônicas 21:6; 22:3). O rei Acaz chegou a fazer imagens a Baalins (2 Crônicas 28:2).

Por diversas vezes os profetas do Senhor condenaram a idolatria e o culto a Baal em Israel (cf. Jeremias 19:4,5). A infidelidade dos israelitas era vista como um grave adultério, e foi abordada de forma detalhada durante o ministério do profeta Oséias (Oséias 2:8-17; 9:10). Alguns reis procuram abolir a adoração a Baal em Israel, como por exemplo, o rei Josias (2 Reis 23:4).

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A adoração a Baal

A adoração a Baal era completamente imoral. Nos cultos e rituais dedicados a esse falso deus havia orgia, prostituição e muitos atos lascivos (cf. Números 25:1-3; 1 Reis 14:24; 2 Reis 23:7). Até mesmo as imagens de Baal eram acariciadas e beijadas (1 Reis 19:18; Oséias 13:2). Essas imagens normalmente tinham a aparência de touros e bezerros.

No episódio em que o profeta Elias desafiou os profetas de Baal, é possível perceber alguns elementos da adoração a esse falso deus. Seus devotos entravam num tipo de estado de transe acompanhado de muita histeria, e tentavam agradá-lo mutilando seus próprios corpos (1 Reis 18:28).

O culto a Baal também exigia oferendas e até sacrifícios humanos. Através do profeta Jeremias Deus denunciou e condenou o sacrifício infantil a Baal. Os próprios pais entregavam seus filhos em holocausto para serem queimados no culto a Baal (Jeremias 19:5).

As três principais variações do nome Baal aplicadas à mesma divindade ou mesmo à outras divindades locais são:

  • Baal-Berite: significa “senhor da aliança”. Era cultuado pelos amorreus e cujo santuário ficava em Siquém (Juízes 9:1-6).
  • Baal-Peor: significa “senhor do monte Peor”. Era cultuado pelos moabitas e pelos midianitas (Números 25:1-5; Deuteronômio 4:3; Salmos 106:28; Oséias 9:10).
  • Baal-Zebude: significa “senhor das moscas”. Alguns intérpretes acreditam que a designação correta desse falso deus era Baal-Zebul, que significa “senhor, o princípe”. Então Baal-Zebude talvez tenha sido uma designação de zombaria. Era cultuado em Ecrom, uma cidade dos filisteus (2 Reis 1:2,6,16).
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