Quem Foi Corá na Bíblia? Como Foi a Rebelião de Corá?
Corá foi um israelita da tribo de Levi e descendente da casa de Coate através de Isar. A história de Corá é conhecida na Bíblia por causa da rebelião que ele promoveu contra a liderança de Moisés e Arão. Corá viveu durante o tempo da peregrinação do povo de Israel rumo à Terra Prometida.
Em algumas traduções bíblicas Corá também é chamado de Coré. O significado do nome Corá é incerto. Alguns intérpretes sugerem que esse nome talvez signifique “calvície”. Pelo menos outros três homens são citadas na Bíblia com este mesmo nome. Dois deles eram descendentes de Esaú e foram chefes tribais de Edom (Gênesis 36:5-18; 1 Crônicas 1:35). O outro Corá foi um dos filhos de Hebrom incluídos na tribo de Judá (1 Crônicas 2:43). Obviamente esses homens não devem ser confundidos com o Corá mais conhecido na Bíblia.
A história de Corá
Como foi dito, Corá pertencia à tribo de Levi. Ele era da casa de Isar, e provavelmente neto de Coate. Corá foi contemporâneo de Moisés e Arão, apesar de ser mais jovem que eles (cf. Êxodo 6:16,24; Números 16). Segundo as informações sobre sua linhagem, Corá era aparentado de Moisés e Arão. Os dois irmãos eram filhos de Anrão. Anrão era filho de Coate, assim como Isar, pai de Corá.
A Bíblia não registra detalhes sobre a biografia ou a vida pessoal de Corá. A narrativa bíblica se concentra em descrever o triste episódio da rebelião que Corá promoveu e liderou; bem como o terrível castigo que ele sofreu por conta de seu pecado.
Corá fomentou uma rebelião contra a liderança de Moisés e o sacerdócio de Arão. O movimento rebelde de Corá entre os levitas (coatitas) se uniu a outro movimento de oposição liderado por Datã, Abirão e Om, da tribo de Rúben. Esses homens sentiam inveja da liderança que Deus constituiu sobre Israel com Moisés e Arão.
A rebelião de Corá
Basicamente a rebelião de Corá, Datã, Abirão e Om acusava Moisés e Arão de terem se colocado acima do restante do povo de Israel (Números 16:3-13). Moisés e Arão foram acusados de reivindicarem uma santidade a si próprios e desprezarem a santidade de toda congregação de Israel. Especialmente Arão foi acusado de ter se apropriado da posição de sacerdote (Números 16:7-11). Moisés ainda foi acusado de ter falhado em conduzir Israel à Terra Prometida, e ao invés disso ter feito a si próprio rei e levado o povo a uma situação instável em pleno deserto (Números 16:12-14).
Nesse contexto Moisés acusou Corá e os levitas de tentarem se tornar sacerdotes a qualquer custo, enquanto eles deveriam estar satisfeitos por já serem levitas. O sacerdócio havia sido confiado apenas à casa de Arão e os demais levitas tinham que aceitar isso.
Então Moisés fez uma proposta aos levitas que haveria de provar quem realmente havia sido escolhido por Deus para liderar o povo e ocupar o sacerdócio. No outro dia os levitas do grupo de Corá teriam que oferecer incenso ao Senhor. Assim, Deus haveria de confirmar seu escolhido (Números 16:5-7).
Mas parece que os rebeldes liderados por Corá, Datã, Abirão e Om conseguiram o apoio maciço da congregação de Israel (Números 16:19). Moisés e Arão ficaram quase que sozinhos contra o restante do povo. A situação foi tão grave que Moisés e Arão tiveram que interceder a Deus para que Ele não destruísse toda a congregação de Israel (Número 16:20-22).
Naquele clima tenso Moisés e Arão ficaram isolados, aparentemente contando com o apoio apenas dos 70 anciãos de Israel (Números 16:25). Os líderes da revolta, Corá, Datã e Abirão, juntamente com suas casas, também ficaram separados dos demais israelitas. Provavelmente outros 250 levitas com seus incensários também ficaram destacados do povo, enquanto o restante dos israelitas ficou observando o que haveria de acontecer.
Corá foi engolido pela terra
Moisés sabia que somente com uma intervenção divina aquela crise seria resolvida. Então Moisés disse que se nada acontecesse com os rebeldes, isso significaria que ele não era enviado do Senhor. Mas se algo de sobrenatural acontecesse, e a terra se abrisse para que os rebeldes fossem tragados vivos para o abismo, então os israelitas saberiam que Corá, Datã e Abirão tinham se levantado contra o próprio Deus (Números 16:28-30).
Imediatamente após Moisés ter falado essas coisas, a Bíblia diz que a terra se abriu debaixo dos rebeldes. Aqueles homens, juntamente com suas casas e todos os seus bens, foram engolidos. Corá e o seus pereceram bem diante da congregação de Israel (Números 16:31-33). Os duzentos e cinquenta levitas simpatizantes de Corá que ofereciam incenso, também foram consumidos pelo fogo da parte do Senhor (Números 16:35).
Diante do juízo de Deus derramado sobre Corá, Datã e Abirão e seus homens, os israelitas fugiram apavorados. Eles ficaram com medo de também serem engolidos pela terra (Números 16:34). Mas apesar dessa demonstração clara do juízo de Deus sobre eles, ainda assim os israelitas continuaram tumultuando e fazendo oposição a Moisés e Arão. Foi nesse contexto que a vara de Arão floresceu. Isso confirmou que o sacerdócio da casa de Arão era escolha de Deus (Números 16:41-17:13).
A Bíblia também fala sobre os descendentes de Corá que foram porteiros e cantores no coro do Templo (1 Crônicas 9:19; 2 Crônicas 20:19). Inclusive o texto bíblico informa que os filhos de Corá não morreram (Números 26:11). Alguns estudiosos sugerem que esses coraítas (filhos de Corá) eram descendes de outro Corá, mas essa hipótese é muito improvável.
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