Quem Foi Hamã na Bíblia?
Hamã foi um alto oficial da corte do rei Assuero (Ester 3:1). Ele era filho de Hamedata, o agagita. A história de Hamã ficou marcada de forma muito negativa. Ele sempre é lembrado como um dos homens mais detestados da Bíblia.
O pouco que se sabe sobre Hamã está registrado no livro de Ester. Nesse livro ele é apresentado pelo escritor bíblico como um grande vilão. Ele não é mencionado em nenhum outro lugar na Bíblia.
Hamã possivelmente é um nome persa, assim como o nome de seu pai, Hamedata. Mas sua identificação como um “agagita” sugere alguma conexão com Agague, rei dos amalequitas, que fez oposição ao rei Saul (1 Samuel 14:47-15:35). Esse povo era arqui-inimigo de Israel. Então talvez o livro de Ester mostre um descendente desse povo mais uma fez querendo destruir o povo de Deus numa época em que os amalequitas praticamente já tinham desaparecido.
O orgulho de Hamã
A Bíblia diz que Hamã recebeu uma promoção do rei Assuero. Ele foi exaltado sobre todos os príncipes do império. Então conforme as ordens do rei, todos os servos tinham que se prostrar diante de Hamã. Todos obedeciam a essa ordem, exceto Mardoqueu.
Aqui vale saber que não havia nenhuma proibição na lei mosaica que impedia que um judeu se prostrasse diante de reis e pessoas honradas. Então a recusa de Mardoqueu em se dobrar diante de Hamã podia ter alguma relação com as origens de ambos. Se Hamã realmente era um descendente de Agague, então é compreensível que como judeu Mardoqueu se recusasse honrar um representante do inimigo histórico de seu povo.
Diante da atitude de Mardoqueu, Hamã revelou todo seu orgulho e prepotência. Sua ilusão de grandeza não lhe permitiu conviver com a ideia de que um único servo se recusasse a se prostrar diante dele.
A perversidade de Hamã
Mas Hamã não era apenas um homem orgulho e soberbo; ele também era um homem perverso. Ofendido pela atitude de Mardoqueu, ele não queria se contentar em penalizar somente seu desafeto. Hamã queria mais! Ele queria destruir todo o povo judeu.
Então Hamã começou a conspirar contra os judeus, e conseguiu fazer com que o rei Assuero permitisse que ele levasse adiante seu plano. Hamã foi tão persuasivo que o rei lhe autorizou a expedir decretos reais (Ester 3:10).
Todo o ódio de Hamã pode ser visto no decreto que foi regido em nome do rei. Esse decreto foi enviado em cartas à cada província do império. Essas cartas diziam que todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia fossem destruídos, mortos, aniquilados e seus bens saqueados (Ester 3:13).
O livramento de Deus e a morte de Hamã
Foi nesse contexto que Deus fez de Ester um instrumento em sua providência. A jovem que havia sido criada justamente por Mardoqueu havia se tornado esposa do rei Assuero. Então Mardoqueu lhe contou sobre a terrível condição dos israelitas naquele momento.
Depois de uma relutância inicial, Ester prometeu interceder pelo seu povo diante do rei. Ela não podia entrar na presença de Assuero sem ser chamada; por isso ela temeu por sua vida. Mas de acordo com o propósito de Deus, tudo deu certo. Com muita sabedoria Ester conseguiu desmascarar Hamã diante de Assuero.
Antes, porém, Hamã ainda se viu obrigado a honrar a Mardoqueu. Isso porque Mardoqueu foi quem havia denunciado dois guardas que queriam matar o rei. Quando Assuero descobriu, ele decidiu honrar Mardoqueu. Então ele chamou Hamã e lhe perguntou o que deveria suceder ao homem a quem o rei quer honrar.
O orgulhoso Hamã pensou que Assuero estivesse falando dele. Então ele sugeriu que o rei vestisse essa pessoa com as vestes reais, colocasse a coroa sobre sua cabeça e a pusesse para desfilar sobre o cavalo do rei nos principais pontos da cidade. Mas esse homem era Mardoqueu, e não Hamã (Ester 6).
Por causa da raiva que sentia, Hamã chegou a construir uma forca para Mardoqueu. Mas ironicamente foi ele mesmo quem foi morto nela. Quando foi exposto como um homem mau perante o rei, Hamã temeu pelo pior. Desesperadamente ele tentou rogar por sua vida à rainha Ester. Nesse momento ele acabou até sendo acusado de assediar Ester. Então ali seu destino final foi selado (Ester 7).
Com a desgraça e a morte de Hamã, Mardoqueu assumiu oficialmente sua posição. Apesar de não ter sido possível revogar o decreto tramado por Hamã, um novo decreto foi expedido. Esse novo decreto anulava a eficácia do primeiro, e concedia aos judeus a condição de se defenderem diante de seus inimigos (Ester 8-10).