O Que Significa a Ressurreição dos Mortos na Bíblia?

A ressurreição dos mortos é uma doutrina ensinada claramente na Bíblia relacionada ao estágio final da obra da redenção. Na verdade, a doutrina da ressurreição expressa a grande base da esperança futura do crente.

A ressurreição é ensinada do Antigo ao Novo Testamento. O próprio Senhor Jesus Cristo afirmou que a doutrina da ressurreição é ensinada na Escritura desde os escritos de Moisés no Pentateuco (Marcos 12:26,27).

O escritor da Carta aos Hebreus também indicou que desde o tempo dos patriarcas a doutrina da ressurreição estava presente, pois Abraão tinha fé do poder de Deus para levantar pessoas de dentre os mortos (Hebreus 11:9).

De fato, quando analisamos o Antigo Testamento nesse sentido, podemos realmente encontrar muitas referências à doutrina da ressurreição dos mortos. O profeta Isaías, por exemplo, fala de forma direta sobre a ressurreição ao afirmar que a terra dará à luz os seus mortos (Isaías 26:19). No livro do profeta Daniel encontramos uma das passagens mais claras sobre a ressurreição dos mortos (Daniel 12:2).

Mas apesar das várias referências bíblicas sobre a ressurreição no Antigo Testamento, é no Novo Testamento que essa doutrina é desenvolvida de forma mais elaborada. O próprio Senhor Jesus Cristo não deixou dúvida quanto à realidade da ressurreição dos mortos (João 5:25-29; cf. João 6:39-54).

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo foi quem mais escreveu sobre a doutrina da ressurreição. Sua exposição mais lembrada sobre o assunto é aquela registrada em 1 Coríntios 15, onde ele ensina que os mortos ressuscitarão incorruptíveis (1 Coríntios 15:51,52; cf. 1 Tessalonicenses 4:13-16). Inclusive, o mesmo apóstolo expressou de forma inconfundível sua crença na ressurreição dos mortos quando esteve diante do Sinédrio (Atos 23:6).

Por fim, no livro do Apocalipse o apóstolo João também apresenta um relato bem detalhado sobre os acontecimentos que envolvem a ressurreição dos mortos (Apocalipse 20:4-13).

A ressurreição dos mortos será para os crentes e para os incrédulos

É verdade que a maioria das passagens bíblicas sobre a doutrina da ressurreição dos mortos se concentra na ressurreição dos salvos. Nesse sentido, a ressurreição sempre é apresentada como uma grande recompensa, a consumação da esperança do crente, o recebimento de sua herança e a plenitude da obra da redenção (cf. Isaías 26:9; Lucas 14:14; Filipenses 3:11; etc.).

Mas a Bíblia também indica que haverá a ressurreição dos incrédulos. Porém, no caso deles, a ressurreição será para que eles possam receber o prêmio da injustiça, ou seja, a recompensa por seus pecados. É por isso que o profeta Daniel escreve que ao mesmo tempo em que uns ressuscitarão para a vida eterna, outros ressuscitarão para a vergonha e horror eterno (Daniel 12:2).

O próprio Senhor Jesus Cristo também ensinou essa mesma verdade. Ele diz que os justos sairão de seus sepulcros para a ressurreição da vida; enquanto que os injustos se levantarão para a ressurreição da condenação (João 5:28,29). O apóstolo Paulo, quando apresentou sua defesa perante Félix, também afirmou sua crença na ressurreição tanto de justos como de injustos (Atos 24:14,15).

Portanto, é fácil entender que enquanto o evento da ressurreição será maravilhoso para os salvos, será terrível para os incrédulos. Inclusive, no livro do Apocalipse o apóstolo João registra que os incrédulos, cujos nomes não serão encontrados no livro da vida, ressuscitarão para a concretização da segunda morte que basicamente é a morte eterna, ou seja, a separação da presença graciosa de Deus por toda a eternidade futura sob uma vida de tormento sem fim (Apocalipse 20:11-15).

A importância da doutrina da ressurreição dos mortos

A doutrina da ressurreição dos mortos frequentemente aparece na Bíblia junto da doutrina acerca da segunda vinda de Cristo. A ideia é que a ressurreição ocorrerá justamente na ocasião da volta de Cristo, e consistirá num de seus propósitos principais (1 Coríntios 15:51,52; 1 Tessalonicenses 4:13-16).

Mas adeptos da teologia liberal têm se esforçado para negar a doutrina da ressurreição. Basicamente eles afirmam que a ressurreição dos mortos indicada na Bíblia deve ser entendida apenas como uma figura de linguagem, e que a vida futura dos crentes será num tipo de existência desencarnada por toda a eternidade. Em outras palavras, essas pessoas não creem nem na segunda vinda corporal de Cristo, e nem na ressurreição corporal dos mortos.

Ainda no tempo apostólico já havia pessoa que tentavam perverter a doutrina da ressurreição (2 Timóteo 2:18). No entanto, a Bíblia não deixa qualquer dúvida de que a ressurreição dos mortos será um evento futuro e de caráter corporal. Quando Jesus discutiu com o grupo dos saduceus que negava a doutrina da ressurreição, Ele afirmou que aquelas pessoas erravam por não conhecer as Escrituras e o poder de Deus (Marcos 12:24).

Além disso, a Bíblia fala da redenção do crente como que abrangendo sua pessoa por completo, tanto a alma quanto o corpo (Romanos 8:22,23). Obviamente isso implica na necessidade de uma ressurreição que transformará o corpo mortal num imortal (cf. Romanos 8:11; 1 Coríntios 15:53-55).

A Bíblia também estabelece uma ligação muito estreita entre a ressurreição dos mortos e a ressurreição de Jesus Cristo. Nesse sentido, o texto bíblico diz que o mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos também ressuscitará os crentes (1 Coríntios 6:12-20).

Essa ligação é realmente tão grande, que o apóstolo Paulo diz que se alguém ensina que não haverá a ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou, o Evangelho é falso, nossa fé é vã, e somos os mais miseráveis de todos os homens (1 Coríntios 15:12-18). Por isso a doutrina da ressurreição dos mortos está entre os pilares da Fé Cristã. Definitivamente uma pessoa que nega a doutrina da ressurreição dos mortos não pode ser considerada cristã.

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A ressurreição dos mortos será uma obra maravilhosa

Em primeiro lugar, a ressurreição dos mortos será uma obra operada pelo Deus Triúno. A Bíblia diz que Deus, o Pai, ressuscitará os crentes por meio do Espírito, e que a ressurreição de Cristo é a garantia que fundamenta a esperança e a confiança dos salvos de que realmente haverá a ressurreição (Romanos 8:11; 1 Tessalonicenses 4:14). Inclusive, a certeza da ressurreição dos mortos é algo inviolável, pois o próprio Cristo é o Primogênito dos mortos (Colossenses 1:18; Apocalipse 1:5).

Em segundo lugar, a ressurreição será o momento em que os corpos dos redimidos ficarão livres de todos os efeitos do pecado. Já agora os corpos dos crentes são o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:12-20); mas será por ocasião da ressurreição que seus corpos alcançarão a plenitude do potencial dessa habitação.

Em terceiro lugar, uma vez que os efeitos do pecado serão removidos na ocasião da ressurreição, os corpos dos crentes serão transformados para serem semelhantes ao corpo do Cristo ressurreto (1 Coríntios 15:49). Nesse dia os corpos humilhados serão transformados em corpos glorificados (Filipenses 3:21).

Em terceiro lugar, se nossos corpos, depois da ressurreição, serão semelhantes ao de Cristo, podemos ter a plena certeza de que a ressurreição dos mortos realmente será corporal. Quando Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos depois de ressuscitar, eles até ficaram perturbados pensando que estavam contemplando um espírito. Mas Jesus os tranquilizou mostrando que seu corpo era real e podia ser tocado (Lucas 24:38,39).

Isso indica que num certo sentido haverá uma continuidade entre nossos corpos atuais e nossos corpos ressurretos. Ainda seremos humanos e poderemos ser reconhecidos por quem somos. Mas em outro sentido haverá também uma ruptura completa entre nossos corpos atuais e nossos corpos ressurretos. Isso porque o corpo corruptível, humilhado, fraco e mortal, ressuscitará incorruptível, glorioso, vigoroso e imortal (1 Coríntios 15:42-55).

Por tudo isso a doutrina da ressurreição dos mortos é tão maravilhosa e essencial à Fé Cristã. Ela é a prova final de que Cristo derrotou a morte para sempre.

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