Restaurando o Altar: O Despertamento Renova o Altar

A Bíblia ensina que o despertamento renova o altar. Sempre quando há um despertamento espiritual genuíno, a primeira preocupação do crente é sua comunhão com Deus. E o altar é uma figura bíblica que diz muito sobre a comunhão.

Podemos entender como o despertamento renova o altar quando lemos os textos bíblicos que registram o retorno do povo judeu à cidade de Jerusalém depois de serem liberados do cativeiro babilônico. Eles chegaram a uma cidade arrasada que abrigava as ruínas de um templo grandioso que havia sido destruído.

O altar precisava ser renovado

O templo era justamente o lugar onde ficava o altar que recebia os sacrifícios e ofertas do povo de Deus. Na verdade no Templo – e antes disso no Tabernáculo – havia dois altares. Dentro do Santo Lugar havia um altar de ouro onde o sumo sacerdote oferecia incenso ao Senhor em honra à Sua majestade.

No pátio havia o altar de cobre que servia para queimar os holocaustos e as ofertas de manjares. Esse altar era fundamental na adoração de Israel; pois era o local onde os sacrifícios para expiação e comunhão eram feitos. Nos dias do Antigo Testamento esse altar também serviu como um sinal de quando o povo não estava comprometido com as coisas do Senhor.

Por causa da idolatria, o povo de Israel repetidas vezes acabou profanando os altares do santuário dedicando-os a uma adoração estranha que nada tinha a ver com o culto ao verdadeiro Deus. Eles faziam sacrifícios que desagradavam o Senhor.

Quando o reino foi dividido, por exemplo, o rei Jeroboão, num ato de desobediência, construiu altares no Reino do Norte e ofereceu sacrifícios que foram dedicados aos bezerros que ele mesmo havia feito (1 Reis 12:32). Mais tarde, durante o reinado de Acabe, um altar dedicado a Baal foi construído em Samaria (1 Reis 16:32).

O mesmo também aconteceu no Reino do Sul que contava com o Templo de Salomão. Reis como Acaz e Manassés, por exemplo, desprezaram a comunhão com o Senhor, profanaram o culto, ofereceram sacrifícios humanos e perpetuaram a idolatria em Judá (2 Reis 16:1-19; 17:17; 21:6; 23:10). O próprio Acaz rejeitou o altar do holocausto e mandou colocar um altar pagão no templo de acordo com o modelo assírio.

Misericordioso e paciente, Deus sempre despertava um rei para renovar o altar. Reis como Asa, Ezequias e Josias restauraram o altar do Senhor à sua função correta (2 Crônicas 15:8; 29:18; 33:16).

Mas com tempo o povo foi se mostrando cada vez mais endurecido e desobediente aos mandamentos do Senhor. Isso acabou resultando no exílio babilônico. Jerusalém foi destruída e com ela o templo e seu altar.

O despertamento renova o altar

Quando houve o despertamento para os judeus remanescentes reconstruírem o templo, antes mesmo de o templo ser construído eles cuidaram de edificar o altar de cobre. Essa foi a primeira coisa que o sumo sacerdote Josué fez (Esdras 3:1-3).

Aquele era o sétimo mês (equivalente a meados de setembro e outubro do nosso calendário), um mês historicamente muito importante para o povo judeu no aspecto religioso. Esse era o período em que ocorriam a Festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a Festa dos Tabernáculos.

Esses cerimoniais tinham uma importância muito grande para a vida religiosa do povo. Por tudo isso os judeus remanescentes julgaram que era primordial que o altar fosse renovado. Despertados espiritualmente, eles queriam que a comunhão com Deus estivesse adequadamente estabelecida. Eles queriam ter a certeza de que estavam agradando ao Senhor. Basicamente eles estavam seguindo o exemplo de Abraão que edificou um altar ao Senhor logo que chegou a Canaã (Gênesis 12:7).

Depois que o altar foi renovado, o sumo sacerdote restabeleceu todo o sistema sacrifical, pois isso era parte essencial do relacionamento da aliança. Era através dos holocaustos sob o altar que o povo pecador podia se apresentar diante da presença do Deus santo e justo (Êxodo 29:42). Por isso que ainda que o templo não estivesse pronto, o altar precisava estar renovado e a comunhão com o Senhor, aquecida.

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Cuide do seu altar

O altar do sacrifício do Antigo Testamento prenunciava Cristo e o seu sacrifício perfeito e definitivo. Ele é o holocausto final que conduz os pecadores à presença de Deus (Hebreus 10:19,20).

A figura do altar como lugar de comunhão foi cumprida plenamente em Cristo. Por causa de Sua obra redentora, os remidos são feitos reis e sacerdotes para Deus (Apocalipse 5:10). Agora, a vida do crente é o altar de Deus, ou seja, por meio de Cristo, através do Espírito, o próprio Deus habita no crente. A Bíblia que somos o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19).

Então o nosso altar de adoração deve estar sempre renovado. Ele deve estar sempre queimando com a presença purificadora, santificadora, vivificadora, iluminadora e orientadora do Espírito Santo (cf. 1 Tessalonicenses 5:19). O sacrifício expiatório final já foi feito por Cristo, e pelos méritos dele resta-nos somente oferecer nossa vida como sacrifício vivo de gratidão ao Senhor (Romanos 12:1).

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