A Sobriedade na Obra de Deus
A importância da sobriedade na obra de Deus pode ser vista desde o Antigo Testamento. Na Antiga Aliança, os sacerdotes que cuidavam do culto em Israel receberam a ordem da parte do Senhor para não se embriagarem enquanto desempenhavam suas funções.
O livro de Levítico traz de forma muito clara a recomendação divina acerca da exigência da sobriedade dos sacerdotes. Através de Moisés, Deus ordenou a Arão e a seus dois filhos mais novos, Eleazar e Itamar: “Vinho e bebida forte tu e teus filhos não bebereis quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais” (Levítico 10:9).
A forma com que essa recomendação divina aparece imediatamente após o incidente envolvendo outros dois filhos de Arão, Nadabe e Abiú, pode indicar que os dois homens tentaram prestar culto a Deus quando não estavam sóbrios.
Sabemos que Arão e seus quatro filhos foram separados por Deus para exercer o sacerdócio em Israel. Arão recebeu a responsabilidade de ser o primeiro líder dos sacerdotes, o sumo sacerdote, e seus quatro filhos foram chamados para exercer o sacerdócio regular. Essas pessoas receberam de Deus todas as prescrições acerca de como proceder na ministração no Tabernáculo.
Mas Nadabe e Abiú ignoraram as recomendações divinas e trouxeram fogo estranho ao Senhor. Daí muitos intérpretes entendem que possivelmente eles não estavam sóbrios naquela ocasião, e por isso não utilizaram o fogo correto para queimar o incenso. Imediatamente os dois homens foram castigados por Deus, e ali mesmo eles foram consumidos.
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A importância da sobriedade no exercício do sacerdócio
A sequência do próprio texto bíblico que traz a proibição do vinho ou qualquer bebida forte para o sacerdote em serviço, também explica o motivo de tal proibição. Os sacerdotes deveriam manter a sobriedade na obra de Deus para que pudessem diferenciar o santo e o profano, o limpo e o imundo. Nesse contexto parece claro que Nadabe e Abiú falharam nesse julgamento; eles apresentaram a Deus algo considerado profano.
Além disso, os sacerdotes também deviam estar sóbrios para que pudessem ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes falou por intermédio de Moisés. Portanto, era fundamental que os efeitos do álcool não prejudicassem a capacidade de raciocínio dos sacerdotes; eles tinham o dever de ensinar a Lei de Deus ao povo de Israel. Assim como os profetas que anunciavam à nação a Palavra que vinha diretamente do Senhor, os sacerdotes também tinham a responsabilidade de serem expositores das Escrituras.
Apesar de até parecer um pouco obvia, essa recomendação da sobriedade para os sacerdotes era extremamente pertinente. Aqui vale lembrar que aqueles homens estavam inseridos numa cultura em que o consumo do vinho, por exemplo, era algo extremamente natural e, em alguns casos, até necessário.
As recomendações acerca da sobriedade na obra de Deus no Novo Testamento
O Novo Testamento também manteve a recomendação acerca da sobriedade na obra de Deus. O próprio Jesus disse que a falta de sobriedade pelos efeitos do álcool não deve ser algo que caracterize seus verdadeiros seguidores (Lucas 21:34).
O apóstolo Paulo aprofunda ainda mais essa questão. Ele faz uma observação clara acerca do caráter fundamental da sobriedade para os ministros da Igreja Cristã. Escrevendo a Timóteo, o apóstolo diz que aqueles que exercem o ministério de liderança na comunidade cristã devem ser temperantes, sóbrios e não dados ao vinho (1 Timóteo 3:2,3). Tudo isso indica que essas pessoas devem ser capazes de pensar com clareza.
Mas essa recomendação de Paulo não é apenas uma simples exortação acerca da sobriedade. O apóstolo enfatiza que os oficiais da Igreja não podem ter reputação de alguém que é dominado pelo álcool. Essa mesma recomendação é repetida em sua parta pastoral direcionada a Tito (Tito 1:7).
Em algumas ocasiões, o mesmo apóstolo estendeu sua recomendação acerca da sobriedade na obra de Deus a toda comunidade cristã. Seu objetivo era exortar os crentes a não se misturem com práticas pagãs da época; além de corrigir certos abusos que aconteciam até mesmo dentro das reuniões cristãs, como na igreja em Corinto (cf. 1 Coríntios 11:21). Saiba mais sobre o que a Bíblia diz sobre a embriaguez.
