Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade
A Bíblia fala da unidade da fé como a união espiritual dos crentes pelo poder do Espírito no corpo de Cristo. Inclusive, o apóstolo Paulo destaca três atributos da unidade da fé: humildade, mansidão e longanimidade (Efésios 4:2,3).
A unidade da fé é essencial para a vida da Igreja. Essa unidade não pode ser confundida com um tipo de uniformidade externa. Ela é muito mais que isso! A unidade da fé é interna; é uma graça espiritual que tem sua origem no poder do Senhor e age dentro do organismo da Igreja. Sobre isso a Bíblia exorta os cristãos a andarem “como é digno da vocação com que fostes chamados; com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor; procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:2,3).
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Pontuando os três atributos da unidade da fé: humildade, mansidão e longanimidade
Ao falar sobre a unidade espiritual da Igreja, o apóstolo Paulo destaca primeiramente três atributos da unidade da fé: humildade, mansidão e longanimidade. Ser humilde é justamente o oposto de ser orgulhoso. Um conhecido ditado diz que a humildade é aquela qualidade que a pessoa perde quando descobre que a possui.
Mas os crentes são exortados a ter suas vidas caracterizadas pela humildade, e isso é possível pela ação do Espírito Santo, pois a verdadeira humildade tem origem em Deus, de modo que o próprio Jesus Cristo é o maior exemplo de humildade para os seus seguidores (cf. Filipenses 2:5-9). Com humildade, os verdadeiros cristãos reconhecem sua total dependência de Deus, e jamais se consideram superiores aos outros (Filipenses 2:3). Por isso que a humildade é uma qualidade tão indispensável para a unidade da fé
Depois da humildade, o apóstolo Paulo menciona a mansidão. A mansidão é qualidade que permite que a pessoa exerça o autocontrole. Diferentemente do que alguns pensam, ser manso não é ser fraco, mas é ser tão forte a ponto de conseguir dominar sob sua própria força. A Bíblia destaca Moisés como um homem manso (Números 12:3).
Mas sem dúvida em Jesus Cristo os crentes também encontram seu maior exemplo de mansidão, pois Ele é descrito como “manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Diretamente ligada à humildade, a mansidão é uma qualidade necessária para a unidade da fé, pois capacita os crentes a agir com moderação e de forma pacífica.
Em seguida, o apóstolo enfatiza a necessidade da longanimidade. A longanimidade sempre anda junta com a humildade e a mansidão. Ser longânime significa ser de longo ânimo, ou seja, a longanimidade é aquela qualidade que diz respeito à capacidade de tolerância. A virtude da longanimidade faz com que a pessoa seja lenta em irar-se; seja paciente e serena.
Por isso que logo após citar a longanimidade, Paulo diz: “suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:2). Perceba que em tudo isso o amor, e a paz resultante dele, são fundamentais.
O vínculo da unidade da fé
É interessante o modo como o apóstolo escreve: “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. Em primeiro lugar, nessa frase Paulo enfatiza a importância da diligência. Ele literalmente diz que os crentes devem mostrar-se desejosos fazendo todo o esforço para manter a unidade do Espírito. Em outras palavras, Paulo diz que os crentes devem dar o máximo de si, e esse esforço não deve ser eventual, mas contínuo – Paulo aplica o particípio presente.
Então perceba que o apóstolo indica que a unidade da fé resulta tanto do esforço do crente em fazer sua parte como membro do organismo uno que é a Igreja, como da ação do Espírito Santo, visto que essa é também a “unidade do Espírito”, isto é, a unidade concedida pelo Espírito. Como explica W. Hendriksen, com o auxílio do Espírito Santo e da oração, uma pessoa verdadeiramente se esforça em conduzir-se de modo que sua vida resplandeça com estas virtudes, e promova realmente a unidade (Comentário do Novo Testamento: Efésios e Filipenses, 2004).
Mas também é importante notar que o vínculo da unidade é a paz. Isso quer dizer que a unidade da fé é promovida pela paz. Onde não há paz inevitavelmente haverá desunião. Mas a paz não apenas propicia as condições necessárias para que se haja a unidade, bem como perpetua essa unidade. Essa paz da qual o apóstolo fala não é qualquer tipo de paz, mas é a paz que só é possível existir onde há amor (cf. Colossenses 3:14).
A paz que é o vínculo da unidade da fé tem sua origem em Deus e é derramada na vida dos crentes, de modo que os redimidos têm paz com Deus e, portanto, também são habilitados a conviver em paz uns com os outros. Conforme diz W. Wiersbe, quando a paz de Deus reina em nosso coração, podemos então construir a unidade (Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento, 2006).
Por fim, após o apóstolo Paulo falar sobre a necessidade da unidade da fé na vida cristã, ele descreve essa unidade citando sua base: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Efésios 4:4-6). Assim, a unidade da fé cristã tem sua base na unidade da Trindade Divina.