Lição 5: O Arrebatamento da Igreja

O Arrebatamento da Igreja é o tema da lição 5 das Lições Bíblicas CPAD do 1º trimestre de 2016 para a Escola Bíblica Dominical. Nesta lição estudaremos o ensino bíblico acerca do Arrebatamento da Igreja.

Texto Áureo:

Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.
(1 Tessalonicenses 4:17)

Leitura Bíblica em Classe:

Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança.
Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram.
Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem.
Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.
Consolem-se uns aos outros com estas palavras.
(1 Tessalonicenses 4:13-18)

Introdução

O Arrebatamento da Igreja é um tema de suma importância para todos os cristãos e deve ser o momento mais esperado pela Igreja de Cristo, onde nosso Senhor virá nos buscar. Como qualquer assunto dentro da Escatologia, existem diferentes interpretações acerca desse evento, porém nada que altere o fato de que Cristo voltará e que viveremos eternamente com Ele.

I- Todos os Salvos Serão Arrebatados

Basicamente existem duas interpretações diferentes acerca do Arrebatamento da Igreja:

  1. O Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo será um único evento e visível a todos, em que Jesus virá com grande poder e glória;
  2. A Segunda Vinda de Cristo será dividida em duas fases, sendo que o Arrebatamento será a primeira fase e ocorrerá secretamente, ou seja, não será um evento público.

A primeira interpretação é a posição mais tradicional dentro do cristianismo histórico, ensinada oficialmente por mais de 1.800 anos. Já a segunda interpretação surgiu oficialmente no século 19 d.C., e rapidamente se tornou a posição predominante entre os cristãos da atualidade. Tal predominância aconteceu principalmente devido ao intenso trabalho de divulgação do principal expoente dessa doutrina, J. N. Darby, membro dos chamados Irmãos de Plymouth, e logo depois com a publicação da famosa Bíblia de Referência Scofield em 1909, por C. I. Scofield. Essa posição esta diretamente ligada ao sistema Dispensacionalista de interpretar as Escrituras, e o entendimento futurista de várias profecias bíblicas, sobretudo do livro de Apocalipse.

Sobre isso o que podemos dizer é que a posição que encontra mais fundamentação bíblica é a primeira interpretação. Apesar de na atualidade os defensores da segunda posição não gostarem de admitir, essa teoria foi construída principalmente sob uma série de revelações que algumas pessoas tiveram entre o século 18 e o começo do século 20. Antes do século 19 existem indícios apenas de um padre jesuíta e, talvez, um pastor batista ensinando essa concepção, mas nada que causou grande impacto como os ensinos do século 19.

A principal dentre as revelações desse período ocorreu em meados de 1830 com Margaret Macdonald, uma jovem que teve uma revelação de um grupo de cristãos que seria arrebatado secretamente para encontrar Cristo nos ares. Originalmente nessa visão, não se tratava do Arrebatamento da Igreja toda, mas de apenas uma parte, porém após alguns ajustes, dava-se início oficialmente ao ensino de que haveria um Arrebatamento Secreto da Igreja, dividindo a Segunda Vinda de Cristo em duas etapas. A revelação da jovem M. Macdonald teve ampla divulgação e foi publicado no periódico The Morning Watch. Alguns afirmam que J. N. Darby se interessou pela visão dessa jovem e, ele mesmo, adaptou tal visão ao pensamento teológico a qual defendia. Outros alegam que Darby nada teve haver com M. Macdonald, e a considerava uma jovem possessa. Seja como for, antes desse período existem indícios apenas de um padre jesuíta e, talvez, um pastor batista ensinando essa concepção, de maneira que Darby é o principal defensor dessa posição escatológica. O ensino sobre um Arrebatamento Secreto era orgulhosamente assumido por alguns dos Irmãos de Plymouth como uma “nova doutrina” que nunca havia sido revelada ou ensinada pelos pais da Igreja e pelos reformadores.

Há muito mais para ser considerado sobre esse assunto, porém citei resumidamente essa história pois muitos cristãos desconhecem o assunto e acabam considerando como heresia a posição que defende o Arrebatamento como um evento público e visível. Portanto, fica claro que não é tão fácil contestar uma posição tão tradicional dentro do cristianismo.

Voltando a falar sobre o Arrebatamento podemos considerar alguns pontos:

  • O Arrebatamento na Bíblia: a palavra traduzida como “arrebatamento”, vem do termo grego harpazo, que significa “pegar”, “levar pela força”, “agarrar”, “raptar” ou “arrebatar”. Esse não é o único termo utilizado para descrever o momento da volta de Cristo. Os termos gregos parousia (vinda, presença), apiphaneia (aparecimento, manifestação) e apokalypsis (revelação), são utilizados de forma intercambiáveis para se referir a esse evento.
  • Será um momento glorioso: o Arrebatamento da Igreja será um evento visível e glorioso, e o nosso Senhor virá em grande poder e glória (Mt 24:30; 26:64; Mc 13:26; Lc 21:27; At 1:11; Hb 9:28; Ap 1:7). Sobre isso leia o texto “O Arrebatamento da Igreja Será Secreto?”.
  • Um dia de alegria e pavor: quando a Bíblia descreve esse dia ela nos ensina que será um momento de grande alegria para os salvos e de terrível pavor para os ímpios. Os incrédulos serão surpreendidos por uma repentina destruição que virá sobre eles. Apenas os cristãos verdadeiros permaneceram fiéis até o fim e reinaram eternamente com Deus. Discordo de uma posição defendida na revista de que muitos cristãos acabam sendo vencidos pela carne, pelo mundo e por Satanás. Se estes são vencidos é porque nunca foram salvos, nunca tiveram a verdadeira fé salvadora, ou seja, sempre foram cristãos nominais e exerceram apenas uma fé histórica. Para aqueles que verdadeiramente nasceram de novo o próprio Deus é quem os preserva para esse dia tão glorioso.

Pois nele vocês foram enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento,
porque o testemunho de Cristo foi confirmado entre vocês,
de modo que não lhes falta nenhum dom espiritual, enquanto vocês aguardam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado.
Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
(1 Coríntios 1:5-8)

II- O Arrebatamento e a Ressurreição dos Mortos

No início da Igreja houve muita perseguição aos cristãos e de ante de tanta morte e sofrimento uma questão começou a preocupar as pessoas: o que seria dos mortos na volta de Cristo? Pelos ensinos do Apóstolo Paulo, podemos perceber que muitos irmãos tinham medo de que a morte os privasse desse grande momento. Porém Paulo os exorta que não havia motivos para se preocupar, pois de maneira alguma os que já partiram serão prejudicados na vinda do Senhor. Paulo ainda utiliza explica que eles poderiam ficar seguros quanto a isso, pois a garantia da ressurreição dos mortos está na ressurreição de Cristo.

Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram.
Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem.
Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados.
Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem.
(1 Coríntios 15:20-23)

Da mesma forma com que os mortos serão ressuscitados, os que estiverem vivos também serão transformados, em um processo incompreensível ao raciocínio humano, tanto que Paulo descreve esse momento como um “mistério”, que ocorrerá repentinamente como “num abrir e fechar de olhos”.

Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados,
num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.
(1 Coríntios 15:51,52)

Quanto ao número de ressurreições, isso irá variar de acordo com a posição escatológica abordada. Por exemplo, para os Pré-Milesnistas Históricos haverá duas ressurreições, uma na volta de Cristo após a grande tribulação, e outra após o Milênio. Para os Pré-Milenistas Dispensacionalista também haverá duas ressurreições, porém dividida em algumas fases. Já para os Amilesnistas e Pós-Milenistas haverá apenas uma única ressurreição, tanto de ímpios quanto de santos. Nessa interpretação a primeira ressurreição descrita em Apocalipse 20 é espiritual, ou seja, se refere ao novo nascimento. Para saber mais sobre isso leia o texto “Diferenças entre Amilenismo, Pré-Milenismo, Pós-Milenismo e Dispensacionalismo“.

III- Antes do Arrebatamento e Depois Dele

A Bíblia nos exorta que devemos aguardar esse dia maravilhoso em que encontraremos com nosso Senhor com muita vigilância. O próprio Jesus nos alertou sobre a importância da vigilância. Algumas pessoas entendem tais exortações como uma espécie de ameaça, porém não é isso o verdadeiro ensino a respeito desse assunto. Jesus nos ensina que a verdadeira Igreja aguarda Sua vinda de forma ativa e não relaxadamente.

Os verdadeiros cristãos almejam a volta de Cristo incansavelmente. Vigiar não significa esperar o dia da volta Jesus a qualquer momento, mas espera-lo em todos os momentos. Embora pareça ser a mesma coisa, acredite, são coisas totalmente diferentes. A parábola das Dez Virgens nos ensina perfeitamente isso.

Após esse dia a Igreja viverá eternamente com Cristo, em uma satisfação indescritível, não haverá mais o pecado, a dor, a tristeza e a morte. Viveremos eternamente com nosso Deus, e O serviremos com uma natureza transformada e um coração libertado.

Conclusão

O dia da volta de Jesus deve ser, para nós, o momento mais aguardado de nossas vidas. Esse momento será o clímax do plano soberano do nosso Deus, será a consumação da história, um dia de grande alegria para os santos e de assombroso terror e desespero para os ímpios.

Naquele dia, tanto os que já partiram para o Senhor quanto os que estiverem vivos, todos, serão transformados e o que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade, seremos glorificados, isto é, será removido de nós todo o pecado e seremos colocados em um estado de perfeita comunhão com Deus. Realmente será um momento sem precedentes na história do mundo, e nem mesmo se usássemos todas as palavras que conhecemos, ainda assim, não seriamos capazes de descrever esse momento.

Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
(1 Coríntios 13:12)

Apoio Teológico:

O Sermão Escatológico de Jesus

A Parábola das Dez Virgens

O Arrebatamento da Igreja Será Secreto?

Escola Dominical – Lições Bíblicas 1º Trimestre 2016: O Final de Todas as Coisas – Esperança e Glória Para os Salvos EBD CPAD.

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