O Início do Governo Humano

Neste estudo bíblico iremos estudar sobre os primeiros momentos da raça humana e o início do governo humano após o dilúvio. Veremos as ordenanças e o concerto de Deus com Noé e consequentemente com todos os seres viventes. Abordaremos também o início do povoamento da terra que recomeçou com os descendentes de Noé.

Embora o termo “governo humano” para muitos remete a ideia de uma das dispensações do sistema teológico conhecido por Dispensacionalismo, não é sob este aspecto que trataremos este estudo. Iremos analisar o assunto apenas de forma específica no momento pós-dilúvio. Quando usarmos usarmos a expressão “governo humano”, estaremos simplesmente fazendo referência ao modo como a humanidade se organizou depois do dilúvio. Saiba também quem foi Noé na Bíblia.

Como foi o início do governo humano?

Apesar de o livro de Gênesis indicar a existência de cidades antes do dilúvio, foi somente após ele que o texto bíblico lança maior luz acerca do governo humano. Além disso, foi também a partir daí que Deus deu algumas ordenanças mais específicas acerca do modo como o homem deveria viver neste mundo.

Após as águas do dilúvio secarem, quando os únicos humanos sobreviventes saíram da arca de Noé, eles receberam de Deus a ordem de frutificarem e multiplicarem sobre a terra; tal como Adão havia recebido. Saiba também quantos animais entraram na arca de Noé.

E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra.
(Gênesis 9:1)

Em outras palavras, aquela família agora seria responsável pelo recomeço da raça humana. A civilização que habitava a terra antes do dilúvio havia sido destruída. Somente Noé e sua família sobreviveram (Gênesis 6:8). Porém, mesmo Noé achando graça aos olhos do Senhor, e sendo um homem justo e integro; ainda assim ele também era um pecador. Isso significa que o dilúvio foi a justiça de Deus sobre a injustiça do homem, e apesar de a civilização ter sido destruída, em momento algum o dilúvio destruiu a natureza pecadora que existe no homem.

Um novo começo e o governo humano

Não foi uma tarefa fácil para a família de Noé. Tudo havia sido destruído pelas águas do dilúvio, e agora cabia a eles a missão de recomeçar.

  1. Um novo relacionamento com a natureza: Gênesis 9:2 parece indicar que até aquele momento a convivência entre o homem e os animais era um pouco diferente do que conhecemos hoje. Alguns intérpretes se aproveitam da ideia de um possível relacionamento harmonioso entre o homem e os animais, para explicarem como Noé conseguiu controla-los dentro da arca.
  2. Uma nova dieta: existe muita especulação nesse ponto. Alguns defendem que antes do dilúvio o homem não comia carne. Essa defesa é realizada utilizando o versículo 3 do capítulo 9. Outros defendem que o homem já comia carne, pois um dos filhos de Lameque, Jabal, era criador de gado. Dificilmente existiria outro objetivo para criar rebanhos a não ser o consumo. Para quem defende essa posição, o mesmo texto de Gênesis trata então de um pronunciamento de Deus sobre o assunto, seguido por uma regulamentação especialmente em relação ao sangue. Um exemplo de um caso parecido com esse é a questão do sacrifício. Caim e Abel ofereceram sacrifícios à Deus antes de qualquer menção na Bíblia sobre a regulamentação desse ato. Então basicamente o que podemos dizer diante das duas posições é que a Bíblia não fornece de forma explicita uma definição sobre o assunto.
  3. A benção divina: Não temos como afirmar de forma exata quantos anos havia se passado desde Adão até o dilúvio. Existem cálculos sobre isso utilizando as genealogias, porém nada que possa ser tomado como definitivo. O que importa é que até o momento pré-dilúvio, a raça humana havia se desenvolvido bastante. A própria construção da arca por Noé prova o nível de desenvolvimento que a humanidade tinha conquistado até então. Após o dilúvio tudo teria que ser recomeçado. Caberia aos descendentes de Noé, com a benção de Deus, realizar tal missão.

E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra.
(Gênesis 9:1)

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O arco de Deus

Não sabemos quase nada sobre como era o mundo antes do dilúvio. A inundação universal pode ter alterado profundamente as condições de vida na terra. Muitos intérpretes defendem que antes do dilúvio não havia chovido na terra, e que um vapor era o responsável por regar a superfície.

Outros defendem que já chovia sobre a terra, e que Gênesis 2:5 se trata de um momento específico no processo de criação do mundo. Seja como for, o que podemos afirmar com toda certeza é que o dilúvio foi um evento sem precedentes. Muito provavelmente a chuva torrencial (tempestades) ainda não havia ocorrido antes do dilúvio.

  1. Um novo pacto com a humanidade: em Gênesis 9:9 Deus estabelece uma aliança com toda alma vivente. Ele promete que nunca mais destruir a terra com um novo dilúvio.

E eu, eis que estabeleço a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois de vós.
E com toda a alma vivente, que convosco está, de aves, de gado, e de todo o animal da terra convosco; com todos que saíram da arca, até todo o animal da terra.
E eu convosco estabeleço a minha aliança, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.
(Gênesis 9:9-11)

  1. O sinal do pacto noético: Deus colocou o arco-íris como sinal para representar a aliança feita com Noé e com toda alma vivente.

E disse Deus: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas.
O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre mim e a terra.
E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens.
Então me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós, e entre toda a alma vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.
(Gênesis 9:12-15)

O princípio do governo humano

  1. O governo humano: como já foi dito, antes do dilúvio já havia sobre a terra um sistema de governo, já que existiam cidades e povoados. De alguma forma também já existiam regras de conduta em relação a Deus e ao próximo. Isto fica evidente na distinção entre Abel, Enoque e Noé, designados como justos, e Caim, Lameque e muitos outros que são designados como injustos. Porém, somente após o dilúvio é que encontramos Deus se pronunciando de forma direta sobre o relacionamento entre os homens, inclusive estabelecendo a pena de morte como punição máxima para um determinado crime.

Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.
Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.
(Gênesis 9:5,6)

  1. O aperfeiçoamento do governo humano: os descendentes de Noé cresceram sobre a terra. Todas as civilizações e impérios que já existiram, partiram do “multiplicai-vos” ordenado por Deus a Noé e seus filhos. Ao longo da História, a humanidade já testemunhou ótimos governos que agiram conforme o padrão moral ordenado por Deus. Mas também a humanidade já foi testemunha de governos tiranos, corruptos, totalmente manchados pelo pecado e que agiram sob influências malignas.

Conclusão sobre o início do governo humano

O governo humano foi autorizado por Deus, e também é uma necessidade em mundo organizado em sociedade. Porém, o governo instituído por Deus, em nada se parece com a grande maioria dos governos que já passaram pela terra.

Realmente a corrupção atual de nossos governos é revoltante. Mas como cristãos, não podemos estar envolvidos em movimentos que incitam o ódio contra os governantes. Nós devemos cobrar nossos direitos legítimos como cidadãos e desempenhar nosso papel de orar pelas autoridades. Além disso, também é uma realidade o triste fato daqueles que são governantes que dizem ser cristãos e agem conforme as concupiscências deste mundo, escandalizando a Palavra de Deus.

Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;
Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade.
(1 Timóteo 2:1,2)

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