Por Que Jesus Disse “O Pai é Maior do Que Eu”?

A declaração “o Pai é maior do que eu” foi feita por Jesus em seu último discurso na noite em que foi traído (João 14:28). O significado dessa expressão aponta diretamente para a realidade da natureza humana de Jesus, sem que isso comprometa sua natureza divina.

Mas muita gente fica em dúvida sobre como interpretar esse versículo. Infelizmente alguns grupos já utilizaram esse mesmo versículo com o objetivo de negar divindade de Cristo. Basicamente a dificuldade de muitas pessoas está em entender em que sentido Jesus é menor do que o Pai.

Quando Jesus disse: “O Pai é maior do que eu”?

Na ocasião em que Jesus declarou ser menor que o Pai, Ele estava confortando seus discípulos acerca de sua partida. Aquela foi a noite em que Jesus deixou a ordenança da Ceia do Senhor ao seu povo. Poucas horas depois Ele foi preso no Jardim do Getsêmani.

Naquele momento os discípulos estavam um tanto quanto angustiados e perplexos. Jesus estava falando abertamente sobre sua partida para o Pai e os discípulos estavam tendo dificuldade em entender tudo o que estava envolvido ali. Por isso Jesus lhes disse: Não se turbe o vosso coração (João 14:1).

Os discípulos não precisavam entrar em desespero, porque aquela partida não era uma separação permanente. Na verdade o próprio Jesus os confortou dizendo: Na casa de meu Pai há muitas moradas (João 14:2). Além disso, eles não ficariam desamparados jamais, pois outro Consolador lhes seria enviado. Saiba quem é o Espírito Santo.

Então foi nesse contexto que Jesus disse: “Vocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para vocês. Se vocês me amassem, ficariam contentes porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu” (João 14:28).

Em que sentido Jesus é menor que o Pai?

A Bíblia é muito clara ao afirmar a plena divindade de Jesus, o Filho de Deus. O próprio Evangelho de João ensina de forma muito objetiva a igualdade e unicidade de Jesus com o Pai (cf. João 1:1; 10:30; 14:9). Na verdade os escritos do apostolo João tinham como propósito geral combater as heresias que negavam que Jesus fosse plenamente Deus e plenamente homem.

No primeiro capítulo do Evangelho de João, por exemplo, lemos claramente sobre o Verbo que se fez carne. Esse Verbo por meio do qual todas as coisas foram feitas, não apenas estava com Deus, mas era Deus (João 1:1-3). João escreve que Aquele que fez o mundo veio ao mundo, mas o mundo não o conheceu (João 1:10).

Em outra parte o Evangelho de João também ensina que Jesus e o Pai são da mesma essência. O próprio Jesus declarou: Eu e o Pai somos um (João 10:30). Tudo isso significa que as palavras de Jesus ao dizer: “o Pai é maior do que Eu”, precisam ser interpretadas à luz de todo o testemunho das Escrituras acerca de sua pessoa. Não há na Bíblia Sagrada qualquer contradição. Se nela é dito que Jesus é Deus, não poderia haver uma única parte que negasse essa verdade. Entenda como a Bíblia diz que Jesus é Deus.

Mas ao mesmo tempo em que a Bíblia afirma a plena natureza divina de Jesus, ela também afirma a plenitude de sua natureza humana. Isso significa que o testemunho bíblico diz que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Então, embora em sua natureza divina o Filho fosse essencialmente igual ao Pai, em sua natureza humana Ele era inferior ao Pai. Como Mediador entre Deus e o homem, Ele próprio se fez homem. Daí vem a declaração: “Porque o Pai é maior do que eu”. Saiba mais sobre a natureza humana de Cristo.

A submissão do Filho ao Pai

A Bíblia revela que o Deus Triúno é o Criador e Sustentador de todas as coisas. Nessa Trindade Divina as três pessoas são iguais em poder, glória, majestade e são um único Deus. Isso significa que essencialmente não há hierarquia entre as pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo.

Mas na história da redenção, as três pessoas da Trindade se organizaram de tal forma onde o Pai envia o Filho, e o Espírito é enviado do Pai e do Filho. É nessa relação econômica que o Filho é visto numa posição de submissão, onde Ele assume a forma humana e executa o plano do Pai.

O apóstolo Paulo explica isso dizendo que o Filho, embora sendo Deus, “não teve por usurpação ser igual a Deus; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo achado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8).

O escritor de Hebreus também escreve sobre como convinha que o Filho de Deus fosse identificado com aqueles a quem Ele veio salvar, e nesse processo Jesus foi feito “um pouco menor do que os anjos” (Hebreus 2:9-18).

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Jesus foi para o Pai

É por tudo isso que em João 14:28 Jesus mostrou aos seus discípulos que sua partida deveria ser vista como um motivo de grande contentamento. O plano soberano de Deus estava sendo executado, as Escrituras estavam sendo cumpridas e o momento mais notável da História estava prestes a acontecer. O pecado de seu povo seria definitivamente expiado e Ele estava indo para a casa do Pai.

O Servo sofredor, o Homem de dores do qual escreveu o profeta Isaías, honrou a obra que lhe fora confiada. Tão logo lhe restaria a grande recompensa por seu trabalho; e nesse sentido fica claro o significado da expressão: “Porque o Pai é maior do que eu”. Junto do Pai, esse mesmo Jesus recebeu todo o poder no céu e na terra; Ele está coroado de honra e glória (Hebreus 2:9). Ao seu nome todo joelho se dobra e toda língua confessa que Ele verdadeiramente é o Senhor (Filipenses 2:10,11).

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