Planejamento Familiar e Controle de Natalidade à Luz da Bíblia

A questão do planejamento familiar e do controle de natalidade deixa muita gente em dúvida. Muita gente procura saber se a Bíblia fala sobre planejamento familiar e controle de natalidade. A dúvida geralmente é: Praticar o planejamento familiar e o controle de natalidade seria pecado diante de Deus? Neste estudo bíblico entenderemos melhor esse assunto.

O que é planejamento familiar?

Planejamento familiar pode ser definido como sendo as ações tomadas por um casal com o objetivo de planejar a reprodução. Em outras palavras, o casal planeja a chegada dos filhos da forma com que lhe parecer mais adequada. Portanto, o planejamento familiar obviamente inclui a prevenção da gravidez.

Os motivos e objetivos do planejamento familiar costumam ser os mais variados. Na maioria das vezes os casais executam o planejamento familiar para garantir que seus filhos sejam concebidos num momento apropriado.

Alguns querem se dedicar e terminar os estudos. Outros querem conseguir um emprego que lhes forneça mais recursos para a criação de filhos. Há também aqueles que não se sentem suficientemente amadurecidos para exercer a paternidade-maternidade. Também recorrem ao planejamento familiar casais que são pais, mas que querem planejar de modo mais tranquilo o intervalo entre uma gravidez e outra.

O que é o controle de natalidade?

Já quando se fala em controle de natalidade, logo se lembra das ações de governos totalitários que impedem os casais de terem filhos estipulando um número que lhes pareça adequado. Obviamente o principal objetivo desse tipo de controle é refrear uma determinada população.

Nos tempos atuais, na maioria dos casos os governos que adotam tal prática alegam estar cuidando da capacidade do Estado em prover as condições de sobrevivência adequada aos seus cidadãos, mantendo um índice populacional aceitável.

Mas o controle de natalidade também já foi utilizado com outras finalidades ao longo da História. Alguns governos, por exemplo, instituíam o controle de natalidade para enfraquecer um determinado grupo que poderia se tornar um problema ao regime.

A Bíblia cita esse tipo de controle sendo praticado pelos egípcios que não queriam que a população de homens hebreus aumentasse. Como uma nação pagã, eles ordenaram o horror do infanticídio contra os meninos hebreus. Foi nesse contexto que Moisés, o grande legislador hebreu, nasceu.

Existe diferença entre planejamento familiar e controle de natalidade?

Num determinado aspecto, planejamento familiar e controle de natalidade são coisas diferentes. O planejamento familiar é executado sob a autonomia do próprio casal de acordo com o seu objetivo. Já o controle de natalidade, conforme explicado acima, parte do Estado. É ele quem determina quantos filhos um casal poderá ter.

Mas em outro aspecto, não há diferença entre planejamento familiar e controle de natalidade. Isto porque todo planejamento familiar é um tipo de controle de natalidade. A única ressalva é que no planejamento familiar o controle de natalidade é executado sob as regras do casal.

A maioria dos casais da atualidade aplica o controle de natalidade de alguma forma. Na maior parte das vezes os casais estipulam um número de filhos que desejam ter e, ao alcançarem tal número, adotam o controle de natalidade. Esse controle é feito pelo uso de métodos contraceptivos ou até esterilização permanente.

O número de filhos geralmente é decidido com base no conceito que o casal tem de poder criá-los de maneira apropriada. Por exemplo: um casal tem condição de criar três filhos de maneira adequada, provendo educação, alimentação, assistência à saúde etc. Se esse mesmo casal tivesse o dobro de filhos, a criação destes filhos ficaria comprometida.

Em outras vezes o controle de natalidade passa a ser obrigatório dentro da vida familiar. Um exemplo disto é quando a mulher, por problemas de saúde, é proibida de engravidar. Nesse caso se um controle não for aplicado, a vida da mulher estará em risco.

O que a Bíblia diz sobre planejamento familiar e controle de natalidade?

A ética cristã enxerga o planejamento familiar sob os preceitos da Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada fala muito claramente que a reprodução é um mandamento de Deus que deve ser cumprido dento do ambiente do matrimonio (cf. Gênesis 1:28; 9:1).

No geral, a Bíblia também fala dos filhos como sendo uma dádiva de Deus. Do Antigo ao Novo Testamento, ter filhos sempre é visto como um sinal de bênção, enquanto que a esterilidade é vista como uma vergonha e motivo de grande tristeza (Gênesis 4:1; 21:1-3; 25:21-22; 33:5; 1 Samuel 1:6-8; Provérbios 17:6; Lucas 1:7-42; etc.). Inclusive, os Salmos de Romagem falam sobre a bênção de se ter uma família grande, com muitos filhos (Salmos 127-128).

Mas a Bíblia não estipula o número de filhos que um casal cristão deve ter. A Bíblia também não diz que um casal tem que procriar o máximo que conseguir. Não há nenhuma indicação nas Escrituras de que o planejamento nessa área configura um tipo de pecado; desde que ele não seja feito de uma forma que afronte o princípio bíblico da dignidade e sacralidade da vida.

Em outras palavras, obviamente o planejamento familiar não pode ser feito através de métodos contraceptivos abortivos. A Bíblia afirma que a vida começa na concepção, e dessa forma o aborto implica em assassinato. Saiba mais acerca do que a Bíblia diz sobre aborto.

Além disso, o planejamento familiar também pode se tornar pecaminoso quando fundamentado em motivos egoístas. Há casais que veem os filhos como arruinadores do estilo de vida que julgam ser perfeito. Obviamente esse tipo de conceito é completamente contrário à Palavra de Deus que enxerga os filhos como um presente do Senhor. Considerando essas diretrizes, a ética cristã não se opõe ao tipo de planejamento familiar que não distorce a instituição da família conforme os princípios bíblicos.