O Que Significa “O Amor de Muitos se Esfriará”?

Quando a Bíblia diz que por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos se esfriará, isso significa que o esfriamento do amor está diretamente relacionado ao crescimento do pecado em suas mais variadas formas.

Foi o Senhor Jesus quem falou que o amor de muitos se esfriará com o aumento da iniquidade (Mateus 24:12). Ele fez essa exortação durante seu sermão profético que tratou de forma geral acerca dos eventos que haveriam de ocorrer até o fim dos tempos.

Nesse contexto Jesus colocou o esfriamento do amor em decorrência da multiplicação da iniquidade entre os sinais que caracterizam um período que Ele chamou de “o princípio das dores”. Os sinais citados por Jesus foram: surgimento de falsos profetas e falsos cristos; guerras e rumores de guerras em conflitos internacionais; miséria e fome; catástrofes naturais; ferozes perseguições contra a Igreja; esfriamento do amor por causa da multiplicação da iniquidade; e a expansão mundial da pregação do Evangelho (Mateus 24:4-14).

Jesus disse que após essas coisas o fim virá (Mateus 24:14). Isso significa que esses sinais servem para apontar para a aproximação do fim dos tempos. Isso porque o principio das dores é o período que se estende desde Cristo até os nossos dias, e precede imediatamente a grande tribulação (Mateus 24:15-28).

Por se multiplicar a iniquidade

A iniquidade é a transgressão da Lei de Deus; é a rebelião e a impureza do homem contra Deus. Aqueles que têm uma vida caracterizada pela prática da iniquidade não têm nenhum relacionamento com Cristo; ainda que reivindiquem profetizar e fazer prodígios em Seu nome (Mateus 7:22,23; cf. Mateus 13:41-43).

O comportamento iníquo está presente na história da humanidade desde a Queda de Adão. Mas ele não está estático, ao contrário, vem crescendo e se intensificando. A multiplicação da iniquidade pode ser facilmente percebida por todos os lados; e nas palavras de Jesus isto é um sinal de que o fim se aproxima. Saiba quais são os sinais do fim dos tempos.

Cada vez mais os valores estão sendo invertidos; cada vez mais a moralidade está sendo considerada inadequada; cada vez mais a mentira tem se tornado verdade nos ouvidos dos homens.

O pecado já é visto como o novo padrão a ser exaltado e seguido, enquanto que a santidade já é identificada como algo a ser reprovado e combatido. A iniquidade está se multiplicando. Mas chegará o dia em que Deus dará um basta e responderá à medida de pecado da humanidade com o derramamento de Sua santa ira sem mais mistura de misericórdia.

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O amor de muitos se esfriará

Inversamente proporcional à multiplicação da iniquidade está o esfriamento do amor. Então quanto mais iniquidade, menos amor. Alguns comentaristas preferem interpretar essa declaração de que “por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” como sendo um aviso de algo que aconteceria dentro da Igreja visível. Assim, foco estaria justamente na questão da apostasia e na crise entre a cristandade.

Mas todo o contexto do sermão do qual essa declaração de Jesus faz parte parece indicar algo mais abrangente. John Gill diz que pode muito bem estar incluída nessa declaração a maldade dos perseguidores da Igreja; bem como o ódio e a traição dos apóstatas; também as consequências dos erros e heresias dos falsos mestres; ou ainda a maldade que caracteriza as vidas e conversas de alguns que se dizem cristãos.

Então o resultado de tudo isso é o esfriamento do amor de muitos, tanto para com Deus quanto para com o próximo. E o alerta de Jesus é muito grave: “o amor de muitos esfriará”. Essa frase também pode ser literalmente traduzida como: “o amor se esfriará de quase todos”. Mas aqui há algo importante: definitivamente o amor não se esfriará de todos.

Isso significa que apesar de a iniquidade se multiplicar e o amor de muitos se esfriar, há ainda aqueles que em cuja vida arde o genuíno amor. A chama do amor ao Senhor, ao Evangelho e ao próximo, continua queimando na vida dessas pessoas. Estes não são meros cristãos professos comprometidos com o mundo; mas são cristãos que verdadeiramente experimentaram uma conversão genuína a Cristo.

Sim, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas há os relativamente poucos que não são propagandistas do pecado e cujo amor não se esfria; os poucos que não se conformam com o padrão deste mundo. Estes são também aqueles que pelo poder de Deus perseveram até o fim, até que possam desfrutar da salvação em toda sua plenitude (Mateus 24:13; cf. 1 Coríntios 1:8).

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