Como o Apóstolo Paulo Morreu?

A Bíblia não diz como o apóstolo Paulo morreu, mas a tradição cristã afirma que ele foi martirizado em Roma durante o governo de Nero, em meados da década de 60 d.C. Nesse período, a perseguição contra os cristãos havia se intensificado.

A morte do apóstolo Paulo não foi a única que ficou de fora do registro bíblico. Na verdade, basicamente a Bíblia não esclarece como morreram os apóstolos de Jesus. O entanto, textos muito antigos que remontam aos primeiros séculos do Cristianismo, e que foram escritos, principalmente, por líderes da Igreja, fornecem respostas sobre isso. É dessa forma que atualmente se tem pelo menos alguma ideia sobre como o apóstolo Paulo morreu.

Antes da morte do apóstolo Paulo

A maior parte do livro de Atos dos Apóstolos é dedicada a narrar os empreendimentos missionários de Paulo, desde sua conversão quando estava a caminho de Damasco como perseguidor dos cristãos. O livro registra as viagens feitas pelo apóstolo, e deixa claro como ele foi usado pelo Senhor para espalhar o Evangelho pelas mais diversas cidades do mundo romano. Não é por menos que Paulo ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios”, porque ele foi o principal responsável por levar a mensagem de Cristo para além do mundo judaico.

Mas sua carreira na fé foi marcada por sofrimento. Por várias vezes ele foi perseguido, maltratado, torturado e preso. O livro de Atos dos Apóstolos registra algumas dessas prisões de Paulo. Inclusive, o livro de Atos termina com Paulo preso durante dois anos em Roma, enquanto aguardava poder comparecer diante do imperador. Ao que parece, esse período de prisão de Paulo deve ter ocorrido entre 60 e 62 d.C.

A maioria dos estudiosos acredita que essa não foi a última prisão do apóstolo Paulo. Na verdade, o próprio apóstolo tinha esperança de ser inocentado e liberado desse aprisionamento (Filipenses 1:25; 2:24; Filemon 1:22). Os estudiosos sugerem que provavelmente Paulo foi libertado antes de 64 d.C., e pôde continuar seu ministério. Ao que parece, depois disso ele visitou a Grécia, especialmente Nicópolis e Tessalônica, também a Ilha de Creta e as cidades de Éfeso, Trôade e Mileto, na Ásia Menor (cf. Tito 1:5; 3:12; 2 Timóteo 1:18; 4:10-20).

Além disso, também é bem possível que Paulo tenha conseguido cumprir o seu desejo externado aos crentes de Roma, de poder ir até a Espanha evangelizar (Romanos 15:23-28). Um texto do século 1 d.C., escrito por Clemente, o bispo de Roma, afirma que Paulo realmente fez essa viagem.

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Como foi a morte de Paulo?

Em 64 d.C., houve um grande incêndio na cidade de Roma que atingiu a maior parte das zonas da cidade. De acordo com o historiador Tácito, depois de alguns desdobramentos, o próprio imperador Nero passou a ser acusado de ter incendiado a cidade. Então, numa manobra para desviar o foco das acusações sobre sua pessoa, Nero rapidamente tratou de acusar os cristãos desse crime, desencadeando uma perseguição que resultou em muitos mártires.

Alguns estudiosos acreditam que Nero enxergou nos cristãos as pessoas perfeitas para serem responsabilizadas pelo que havia acontecido. Isso porque os cristãos tinham uma reputação ruim para os romanos. Além disso, parece que as zonas que sofreram menos com o incêndio, foram aquelas que eram habitadas por muitos cristãos.

Nessa perseguição sob Nero, muitos cristãos foram presos, torturados e mortos das mais diversas formas. Uns eram crucificados, outros eram lançados nas arenas, comidos por feras, incendiados como tochas para iluminarem a noite da cidade, e ainda outros eram decapitados.

Então, por volta de 67 d.C., o apóstolo Paulo novamente foi preso. Foi durante essa última prisão que Paulo escreveu sua última carta a Timóteo. Dessa vez, no entanto, Paulo estava convicto de que não escaparia com vida. Ele tinha certeza de que havia combatido o bom combate, terminado a carreira e guardado a fé (2 Timóteo 4:6-8).

Assim, a tradição cristã afirma que Paulo foi sentenciado por Nero à pena de morte por decapitação junto à estrada de Roma para Óstia. Essa forma de execução obviamente estava relacionada ao fato de que ele era também um cidadão romano. Caso contrário, provavelmente Paulo teria recebido uma execução mais cruel e humilhante. Por exemplo: diz a mesma tradição que o apóstolo Pedro, preso na mesma época de Paulo, foi crucificado de cabeça para baixo no Circo de Nero.

Embora os dois principais líderes cristãos tenham sido mortos cruelmente no mesmo período, o Evangelho não morreu com eles. O tempo passou e até mesmo o Império Romano caiu, mas a Igreja permaneceu de pé.

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