Estudo Bíblico do Salmo 19

O Salmo 19 é um cântico de louvor a Deus por sua revelação na criação e na lei. Isso quer dizer que o estudo bíblico do Salmo 19 mostra a ênfase do salmista nesse salmo a respeito da revelação geral de Deus na natureza, de sua revelação especial na Escritura e na forma como essa revelação é comunicada no coração humano.

A autoria do Salmo 19 é atribuída ao rei Davi, mas não se sabe o contexto específico em que ele escreveu esse salmo. O Salmo 19 também é citado no Novo Testamento em Romanos 10:18. Porém, também é possível que o apóstolo Paulo tivesse em mente esse mesmo salmo quando escreveu o primeiro capítulo da Carta aos Romanos, argumentando que os atributos de Deus são claramente reconhecidos e percebidos por meio das coisas que foram criadas (Romanos 1:18-32).

O esboço do Salmo 19 pode ser organizado em três partes principais:

  • A revelação geral de Deus na criação (Salmo 19:1-6).
  • A revelação especial de Deus na Escritura (Salmo 19:7-11).
  • A revelação de Deus comunicada no coração humano (Salmo 19:12-14).

A revelação geral de Deus na criação (Salmo 19:1-6)

O Salmo 19 começa com uma contemplação da glória de Deus manifesta na natureza. Os versículos 1 a 6 destacam como os céus e os astros proclamam a glória de Deus. Ainda que sem palavras, eles comunicam a grandeza divina a todos os habitantes da Terra. Esta mensagem silenciosa revela o poder e a sabedoria do Criador.

No verso 1, Davi fala sobre como o poder de Deus é anunciado através da beleza da criação (Salmo 19:1). Em seguida, Davi usa o ciclo contínuo do dia e da noite como uma metáfora sobre como a criação dá testemunho constante do poder de Deus. A passagem do tempo é uma revelação contínua da presença e do cuidado do Senhor conosco, manifestando-se em cada amanhecer e anoitecer.

Embora a criação não fale com palavras ou som, a sua voz é ouvida até os confins do mundo (Salmo 19:3-6). Obviamente isto é um tipo de paradoxo que trata a respeito de como a beleza e a complexidade do universo transmitem uma mensagem clara sobre os atributos de Deus. A majestade do universo é uma testemunha silenciosa do poder e da grandeza do Senhor.

O salmista também fala do sol de forma personificada nesses versos. Ele diz que o Senhor armou uma tenda no céu para o sol, o qual como um noivo sai dos seus aposentos com a alegria de um herói para percorrer o seu caminho.

Diferentemente de outras crenças que eram comuns no antigo Oriente Próximo, o salmista jamais deifica o sol. Na verdade, a todo momento ele enxerga o sol como uma criatura que cumpre com obediência o papel que lhe foi dado pelo Criador. Em outras palavras, o salmista diz que Deus estabeleceu um lugar para o sol ocupar, e determinou um caminho para ele percorrer. Todos os dias o sol cumpre o seu papel e proclama a extensão do domínio de Deus (Salmo 19:6). Assim como nada pode escapar do calor do sol, nada pode se esconder do Criador.

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A revelação especial de Deus na Escritura (Salmo 19:7-11)

Entre os versos 7 e 11, o foco do Salmo 19 muda da criação para a revelação especial de Deus na Escritura. O salmista fala sobre a perfeição, a sabedoria, a alegria e a pureza encontradas na lei do Senhor. Portanto, nessa seção Davi contrasta a mensagem silenciosa da natureza com a revelação explícita e direta de Deus por meio de Sua Palavra.

Especificamente no verso 7, o salmista reflete sobre a perfeição da lei do Senhor que tem o poder de revigorar a alma do homem. O testemunho do Senhor é fonte de sabedoria para os que buscam conhecimento e orientação (Salmo 19:7).

No verso seguinte, o rei Davi fala sobre como os preceitos divinos são justos, e como o seu mandamento é claro, proporcionando alegria aos corações e iluminando a compreensão dos homens. Depois, o salmista também diz que o temor do Senhor é puro e eterno, e os seus juízos são justos e verdadeiros (Salmo 19:8,9).

É interessante notar que nesses versos Davi aplica uma sequência de substantivos numa lista que inclui a lei, o testemunho, os preceitos, o mandamento, os juízos e o temor do Senhor. Esses substantivos são seguidos por adjetivos como: perfeito, fiel, reto, puro e verdadeiro, cujos efeitos são expressos pelos verbos restaurar, instruir (dar sabedoria), alegrar e iluminar.

Consequentemente, todo esse conhecimento do Senhor tem um valor incomparável, superando riquezas terrenas como o ouro, e delícias como o mel. A revelação de Deus através de sua Palavra orienta, adverte e esclarece. Quem guarda os mandamentos do Senhor, é recompensado com bênçãos espirituais e a alegria de viver em harmonia com a vontade de Deus (Salmo 19:10,11).

A revelação de Deus comunicada no coração humano (Salmo 19:12-14)

Nos versículos finais, o salmista se volta para a introspecção e a súplica pessoal. Ele reconhece sua própria falibilidade e a dificuldade de discernir seus erros. Isso quer dizer que o salmista sabe que viola o ensino de Deus, tanto de forma consciente como inconsciente. Então, ele ora para que Deus o perdoe e proteja de seus pecados intencionais, e igualmente daqueles pecados que ele nem mesmo percebe ter comedido (Salmo 19:12,13).

No Salmo 19, o salmista expressa o seu desejo de ser irrepreensível, mas ele tem ciência de que isso somente é possível através da total dependência da graça de Deus. Dessa forma, Davi encerra o salmo com uma oração para que suas palavras e pensamentos sejam agradáveis a Deus, e mais uma vez ele declara que o Senhor é seu Rochedo e Redentor (Salmo 19:14).

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