Quem Foi o Rei Agague na Bíblia?
Agague foi o rei amalequita poupado pelo rei Saul quando Deus ordenou que os israelitas destruíssem completamente o povo de Amaleque. Por causa disso, o rei Agague esteve envolvido em um dos motivos pelos quais Deus rejeitou Saul como rei de Israel.
A etimologia do nome Agague é incerta. Algumas hipóteses sobre o significado desse termo já foram propostas pelos intérpretes bíblicos, incluindo significados como “elevado”, “belicoso”, “ficar irado” ou “furioso”. Além disso, o nome Agague é mencionado em textos fenícios e púnicos. Mais recentemente, alguns eruditos passaram a considerar a ideia de esse nome estar relacionado ao nome grego Ogygos, que supostamente seria derivado do semita agag, que significa “inflamar”.
Os estudiosos também discutem a possibilidade de Agague não ser um nome pessoal, mas um título usado pelos monarcas amalequitas. Se isso estiver correto, então “Agague” representava para o povo de Amaleque algo semelhante ao que representava para os egípcios o título “Faraó”.
O argumento a favor da possibilidade de Agague ser um título, e não exatamente um nome pessoal, tem a ver com o uso feito por Balaão dessa palavra ainda no tempo de Moisés. A Bíblia registra que naquela ocasião Balaão declarou que o rei de Israel seria maior que Agague (Número 24:7). Essa informação tem sido interpretada por muitos comentaristas não exatamente como uma antecipação a respeito do que aconteceria com o Agague do tempo de Saul ou, então, como uma referência a um rei amalequita primitivo daquela época, mas como uma indicação de que os israelitas e sua dinastia seriam exaltados por Deus de tal forma que superariam povos como os amalequitas, que naquele tempo eram mais avançados que eles. Se tiver sido esse o caso, então “Agague” talvez realmente fosse um título usado pelos reis amalequitas.
O rei Agague no tempo de Saul
A história do rei Agague ficou conhecida na Bíblia no episódio em que Saul desobedeceu a Deus. A Bíblia diz que que o Senhor havia ordenado que Saul liderasse os filhos de Israel numa guerra contra os amalequitas por causa de seus pecados — especialmente pelo modo como eles haviam se posicionado como inimigos após a saída dos israelitas do Egito (1 Samuel 15:1,2). E, de acordo com o texto Bíblico, Deus falou que os israelitas não podiam poupar nada nem ninguém.
Porém, o rei Saul poupou Agague e o melhor dos rebanhos daquele povo. Quando foi repreendido pelo profeta Samuel, Saul colocou a culpa no povo e ainda alegou que o objetivo daquilo tudo era a adoração a Deus. De acordo com Saul, supostamente os rebanhos dos amalequitas seriam sacrificados ao Senhor. Mas a realidade é que Saul foi rebelde e, ao invés de reconhecer o seu erro, ele procurou apenas arrumar justificativas. Inclusive, foi nessa mesma ocasião que Saul soube que havia sido completamente rejeitado por Deus, e escutou do profeta Samuel as conhecidas palavras: “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22).
Depois disso, a Bíblia diz que o próprio Samuel executou a ordem que o Senhor havia dado a Saul e, pessoalmente, matou o rei Agague à espada diante do povo. A Bíblia também diz que esse episódio envolvendo a morte do rei Agague foi a última vez que Samuel e Saul se encontraram (1 Samuel 15:32-35). Este evento enfatiza a importância da obediência total a Deus e ilustra as consequências de ignorar suas instruções.
Por fim, é interessante saber que alguns comentaristas observam uma possível conexão entre o rei Agague e Hamã, o antagonista do livro de Ester. Hamã é identificado como um “agagita” (Ester 3:1). Essa designação pode sugerir que Hamã era um descendente de Agague, enfatizando, assim, uma linhagem de inimigos do povo de Deus.