Estudo Bíblico de Êxodo 16

Êxodo 16 é o capítulo da Bíblia que registra o milagre operado pelo poder de Deus ao enviar o maná para alimentar o povo israelita. O estudo bíblico de Êxodo 16 ainda relata que naquela ocasião também ocorreu uma teofania no deserto.

O esboço de Êxodo 16 pode ser organizado da seguinte forma:

  • A murmuração dos israelitas (Êxodo 16:1-3).
  • Deus anuncia o envio do maná e das codornizes (Êxodo 16:4-12).
  • Ocorre o milagre no deserto (Êxodo 16:13-21).
  • O uso do maná no sábado (Êxodo 13:22-30).
  • O significado da provisão do maná (Êxodo 16:31-36).

A murmuração dos israelitas (Êxodo 16:1-3)

O texto bíblico de Êxodo 16 começa registrando a chegada da comunidade israelita no deserto de Sim, na região sudoeste do Sinai. Aquele era o décimo quinto dia do segundo mês após a saída do povo do Egito (Êxodo 16:1).

No Egito, o povo havia visto a poderosa mão de Deus agindo contra os egípcios como o derramamento das dez pragas. Após terem partido de lá, o povo também presenciou eventos extraordinários, como a travessia do Mar Vermelho. Mesmo assim, a Bíblia diz que toda a comunidade de Israel se juntou numa murmuração coletiva (Êxodo 16:2).

Os filhos de Israel reclamaram que Moisés e Arão tinham tirado eles do Egito, onde eles podiam se alimentar à vontade, para fazê-los morrer de fome no deserto. Os israelitas incrédulos, chegaram a concluir que teria sido melhor que Deus os tivesse matado no Egito (Êxodo 16:3).

Deus anuncia o envio do maná e das codornizes (Êxodo 16:4-12)

Apesar da ingratidão do povo, Deus mais uma vez manifestou a sua misericórdia e avisou Moisés que faria chover pão do céu. Esse evento miraculoso também serviria como um teste para Israel para provar a fidelidade do povo à Palavra do Senhor (Êxodo 16:4).

O Senhor também garantiu que a provisão seria constante, e o povo iria colher uma porção diária. Porém, no sexto dia, Deus faria cair uma porção dobrada para que pudessem se alimentar no dia seguinte (Êxodo 16:5).

Em seguida, Moisés anunciou ao povo o que Deus haveria de fazer, e explicou que a murmuração dos israelitas não era simplesmente contra a liderança dele e de Arão, mas contra o próprio Deus (Êxodo 16:6-9). E enquanto Arão, como porta-voz de Moisés, falava aos filhos de Israel, a Bíblia diz que a glória do Senhor se manifestou numa nuvem no deserto (Êxodo 16:10). Em conexão a isso, Deus também anunciou que enquanto pela manhã o povo comeria pão que cairia do céu, durante a tarde o povo comeria carne (Êxodo 16:11,12).

Ocorre o milagre no deserto (Êxodo 16:13-21)

Tal como o Senhor falou, à tarde subiram codornizes que cobriram o arraial de Israel; e pela manhã, quando o orvalho evaporou, a superfície do deserto ao redor do arraial estava coberta de uma coisa fina parecida com escamas (Êxodo 16:13,14). As codornizes são pequenas aves galiformes migratórias de uma espécie comumente contada na família da perdiz.

O texto bíblico registra que o povo não sabia exatamente o que era aquela substância, mas Moisés explicou que aquilo era o pão que o Senhor lhes estava dando por alimento (Êxodo 16:15). Moisés também ressaltou a ordenança divina de que o maná deveria ser colhido segundo o que cada um pudesse comer naquele dia — a medida de um gômer, cerca de 1,7 litros —, de modo que não era para ser colhida uma quantidade maior com o objetivo de ser armazenada. No entanto, os israelitas incrédulos mais uma vez não deram crédito à Palavra do Senhor, e tentaram guardar uma porção do maná para o dia seguinte. Mas essa porção adicional estragou, e o povo não conseguiu aproveitá-la.

O texto de Êxodo 16 ainda relata que o após o povo ter colhido sua porção diária, o maná se derretia com o calor do deserto (Êxodo 16:21). O texto bíblico não se propõe a explicar exatamente o que era o maná. É dito que “maná” foi o nome dado àquela substância pelos israelitas. Além dizer que o maná se derretia com o calor, mais à frente o texto de Êxodo 16 também diz que o maná tinha um aspecto parecido com a semente de coentro, branco e com sabor como bolos de mel (cf. Êxodo 16:31); e parece que o povo comia o maná cozido no forno ou cozido em água (cf. Êxodo 16:23).

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O uso do maná no sábado (Êxodo 13:22-30)

No sexto dia, conforme o Senhor também havia falado, o povo tinha autorização de colher uma porção dobrada para ser usada no sábado, pois naquele dia de descanso o Senhor não faria cair o maná do céu (Êxodo 16:22,23).

Milagrosamente essa porção adicional para o sábado não estragava; e isso mostrava o controle minucioso de Deus na condução daqueles eventos (Êxodo 16:24-26). Mesmo assim, a Bíblia diz que alguns israelitas insistiram em sair para procurar pelo maná no sábado, se recusando o obedecer aos mandamentos do Senhor (Êxodo 16:27,28).

Esse texto bíblico também indica que a observância do sábado semanal não foi inaugurada após os Dez Mandamentos dados por Deus no Sinai, pois o sábado já era guardado antes disso entre os israelitas. Portanto, os mandamentos dados no Sinai apenas regulamentaram de forma oficial essa observância.

O significado da provisão do maná (Êxodo 16:31-36)

Por fim, Êxodo 16 termina mostrando de um lado a incredulidade e rebeldia do povo, e do outro lado a graciosa e misericordiosa provisão de Deus. Os israelitas queriam comer pão e carne, e em sua infinita bondade, Deus deu ambas as coisas a eles.

Alguns comentaristas sugerem que talvez o maná fosse uma sustância produzida por insetos que ficavam em tamargueiras. Essa substância ficava sólida durante a noite, e só podia ser colhida de manhã bem cedo. Não é possível saber se essa sugestão está correta ou não.

Mas de qualquer forma, a intervenção sobrenatural da parte de Deus não pode ser negada; visto que ainda que o maná em si fosse uma substância natural, a quantidade diária especificamente controlada, não podia ser explicada por meios naturais. Além disso, o fato de que o maná podia ser guardado apenas no sexto dia sem que aquela substância estragasse, também era algo que dependia da ação divina.

Outro detalhe que aponta para um feito extraordinário da parte de Deus, é a informação de que uma porção do maná foi separada e guardada num vaso para servir de lembrete para as gerações futuras do poder sustentador do Senhor que cuidou dos filhos de Israel no deserto após tê-los tirado do Egito (Êxodo 16:32-34). Dessa forma, os israelitas foram alimentados com maná durante quarenta anos, até que chegaram aos limites da terra de Canaã (Êxodo 16:35,36).

Mais tarde, o Novo Testamento revela que o maná que caiu do céu no deserto era um símbolo que apontava para o verdadeiro maná, Jesus Cristo, o Pão da Vida que desceu do Céu (João 6:26-58).

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