Estudo Bíblico de Êxodo 28

Êxodo 28 é o capítulo da Bíblia que traz a descrição detalhada das vestes sacerdotais, designadas para Arão e seus filhos, no exercício de suas funções no Tabernáculo. O estudo bíblico de Êxodo 28 é importante para compreendermos a importância do sacerdócio no Antigo Testamento, bem como o seu simbolismo cumprido em Cristo e sua Igreja no Novo Testamento.

O livro de Êxodo, essencialmente, narra a libertação dos israelitas da servidão no Egito, e o estabelecimento da nação de Israel como povo de Deus. Parte crucial desse processo era a revelação do modelo divino para o santuário terreno e o ministério sacerdotal nesse santuário. Então, é exatamente nisto que a narrativa de Êxodo 28 se concentra: as instruções dadas por Deus a Moisés no Sinai, concernente as vestes sacerdotais daqueles que serviriam como mediadores entre Deus e o seu povo.

Um esboço de Êxodo 28 pode ser organizado da seguinte forma:

  • A escolha de Arão e seus filhos para o sacerdócio (Êxodo 28:1-4).
  • A estola sacerdotal (Êxodo 28:5-14).
  • O peitoral do juízo (Êxodo 28:15-30).
  • O manto do éfode, a mitra e a túnica (Êxodo 31-43).

A escolha de Arão e seus filhos para o sacerdócio (Êxodo 28:1-4)

Êxodo 28 começa destacando a escolha de Arão e seus filhos como sacerdotes, estabelecendo uma linhagem sacerdotal que teria implicações históricas e teológicas. A menção de Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão, deixa claro que haveria uma continuidade genealógica do sacerdócio (Êxodo 28:1). Contudo, mais à frente o texto bíblico registra a tragédia envolvendo Nadabe e Abiú, que foram consumidos pelo fogo divino por oferecerem fogo estranho perante o Senhor (Levítico 10:2). Isto, então, serve como uma advertência solene da santidade requerida no serviço sacerdotal.

Deus ordenou a Moisés que fossem feitas vestes sagradas a Arão, que ocuparia a posição de sumo sacerdote (Êxodo 28:2). Estas vestes seriam “para glória e ornamento”, revelando um propósito duplo: refletir a majestade divina e embelezar o ofício sacerdotal, reforçando a dignidade e a importância do papel do sacerdote no meio do povo de Deus. Portanto, definitivamente as vestes sacerdotais não seriam meras roupas, mas também símbolos de consagração e distinção no serviço ao Senhor.

Nos versículos seguintes, a natureza especial e separada das vestes sacerdotais continua em evidência. Os responsáveis por confeccionar as vestes seriam os dedicados artesãos, sábios de coração, que haviam sido especialmente dotados por Deus com habilidade e inteligência para tal tarefa (Êxodo 28:3). As vestes sacerdotais eram complexas e ricamente adornadas. Incluíam o éfode, o peitoral, a túnica, a mitra (turbante), e o cinto, cada uma com especificações detalhadas que envolviam diferentes aspectos do sacerdócio (Êxodo 28:4).

A estola sacerdotal (Êxodo 28:5-14)

A segunda seção de Êxodo 28 traz a descrição da estola ou éfode sacerdotal, e nos ajuda a compreender os detalhes e a riqueza de sua elaboração. A estola era feita de materiais preciosos como ouro, linho fino, fios azuis, púrpuras e carmesins. Além disso, a estola possuía duas ombreiras com correntes de ouro, nas quais estavam engastadas duas pedras preciosas de ônix gravadas com os nomes das doze tribos de Israel, seis nomes em cada pedra (Êxodo 28:5-11).

Obviamente as pedras preciosas gravadas com os nomes das tribos israelitas sobre os ombros das vestes sacerdotais, representavam a responsabilidade do sumo sacerdote de levar o povo diante de Deus (Êxodo 28:12-14). Não é possível saber ao certo se a estola sacerdotal era mais como um avental ou um colete. Porém, não há dúvidas quanto ao seu simbolismo apontando para a intercessão sacerdotal e sua representatividade do povo perante o Senhor na liturgia da Antiga Aliança.

O peitoral do juízo (Êxodo 28:15-30)

Na sequência, o capítulo bíblico descreve a confecção do peitoral do juízo (Êxodo 28:15). Este peitoral era uma peça central no vestuário sacerdotal, e formava uma espécie de bolso quadrado, decorado em sua frente com quatro fileiras de pedras preciosas, cada uma tendo gravado o nome de uma das tribos de Israel (Êxodo 28:16-22). Esta peça ficava presa à estola sacerdotal através de anéis de ouro (Êxodo 28:22-28).

O texto bíblico também explica que o peitoral comunicava a ideia de que o sumo sacerdote carregava simbolicamente os filhos de Israel em seu coração quando entrava no santuário diante da presença do Senhor, destacando a responsabilidade de seu papel mediador (Êxodo 28:29). Inclusive, este peitoral tinha uma função prática oracular e judicial, sendo fundamental em questões envolvendo o discernimento divino.

Neste sentido, no lado de dentro do peitoral ficavam guardados o Urim e o Tumim, que serviam como instrumentos para revelar e discernir a vontade de Deus nas demandas do povo (Êxodo 28:30). Portanto, o peitoral do juízo com suas doze pedras frontais e o Urim e o Tumim em seu interior, não era apenas uma peça de adorno das vestes do sumo sacerdote, mas um instrumento de comunicação com Deus que indicava o papel dos sacerdotes como mediadores e agentes da revelação divina aos homens.

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O manto do éfode, a mitra e a túnica (Êxodo 28:31-43)

A última seção de Êxodo 28 começa descrevendo a confecção do manto do éfode. Este manto é descrito como uma vestimenta feita de estofo azul com uma abertura para a cabeça, reforçada para evitar rasgos (Êxodo 28:31,32).

Nas bordas do manto também havia campainhas de ouro e romãs. As campainhas, ao soar, alertavam sobre a presença e os movimentos do sumo sacerdote na área de santidade especial do Tabernáculo, uma vez que ele ficava oculto dos olhos do povo (Êxodo 28:33-35).

O Senhor ordenou a Moisés que fosse colocada na mitra sacerdotal uma lâmina de ouro puro com a inscrição “Santidade a YHWH”, ressaltando a separação requerida do sacerdote. Este ornamento reafirmava a consagração do sacerdote a Deus e a importância de representar o povo de Israel de maneira santa (Êxodo 28:36-38).

Por último, Êxodo 28 ainda registra a ordem divina para a confecção das túnicas, cintos, e tiaras do sumo sacerdote e dos sacerdotes comuns (Êxodo 28:39-41). Inclusive, o texto reforça a necessidade do uso de calções de linho para manter a decência dos oficiais do culto a Deus na adoração israelita, revelando mais uma vez a importância da pureza e da dignidade no serviço sagrado em Israel (Êxodo 28:42,43). Isto contrastava completamente com a imoralidade dos rituais das religiões pagãs em que a presença de pessoas despidas era algo comum e esperado.

Conclusão sobre Êxodo 28

A importância das vestes sacerdotais descritas em Êxodo 28, vai além do seu papel no Antigo Testamento. Na verdade, no estudo de Êxodo 28 também somos lembrados da santidade de Deus e da necessidade da mediação sacerdotal. Então, em certo sentido, as vestes sacerdotais apontavam para Cristo, nosso Sumo Sacerdote perfeito. Jesus, sem a necessidade de adornos externos, cumpriu o papel de intercessor e mediador definitivo, oferecendo-se a si mesmo como sacrifício puro e santo.

Portanto, hoje, como crentes em Cristo, entendemos que Jesus é nosso Sumo Sacerdote e único Mediador que precisamos. Através de sua obra redentora, Ele nos deu livre acesso ao santuário celestial, e isto nos leva a refletir sobre a nossa posição como sacerdócio real, chamados a servir a Deus com pureza, dignidade e santidade.

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