Estudo Bíblico de Êxodo 35

Êxodo 35 fala sobre a renovação da obediência de Israel às instruções divinas após o grave episódio do bezerro de ouro. O estudo bíblico de Êxodo 35 revela como Moisés enfatizou novamente a santidade do sábado e convocou toda a comunidade a participar ativamente na construção do Tabernáculo.

O relato de Êxodo 35 mostra tanto a disposição generosa do povo em contribuir, quanto a capacitação divina dada aos artífices. A narrativa ressalta a importância da fidelidade de Moisés em cumprir cada detalhe das ordens do Senhor, bem como a renovação da aliança que Deus estabelecera com os filhos de Israel.

Um esboço de Êxodo 35 pode ser dividido da seguinte forma:

  • Moisés relembra a lei do sábado (Êxodo 35:1-3).
  • Convite para ofertas e trabalho voluntário (Êxodo 35:4-9).
  • Os israelitas respondem ao chamado (Êxodo 35:10-29).
  • A capacitação divina de Bezalel e Aoliabe (Êxodo 35:30-35).

É interessante saber que a partir de Êxodo 35, há uma repetição do material já apresentado nos capítulos 25 a 31 do livro de Êxodo, mas essa duplicação não ocorre por acaso. Pelo contrário, ela reafirma tanto a fidelidade de Moisés ao executar as ordens divinas quanto a disposição de Deus em continuar habitando entre Seu povo, apesar do fracasso anterior com o bezerro de ouro.

Para enfatizar esse aspecto, o texto utiliza dois recursos: (1) a reapresentação detalhada das instruções, agora transformadas em atos concretos de construção; e (2) a repetição recorrente da frase “como o Senhor ordenara a Moisés”, que aparece diversas vezes para deixar claro que tudo estava sendo cumprido exatamente conforme o desígnio divino.

Moisés relembra a lei do sábado (Êxodo 35:1-3)

Êxodo 35 começa destacando a instrução que Moisés transmitiu ao povo de Israel quanto à observância do sábado. O texto bíblico registra que mesmo durante a futura e tão desejada construção do Tabernáculo, os israelitas não deveriam negligenciar o dia sagrado instituído pelo Senhor. É notável como essa exortação reflete as determinações já apresentadas em Êxodo 31:12-17, reforçando que o descanso do sábado era um sinal de aliança entre Deus e o Seu povo.

A menção do sábado em Êxodo 35:2 ressalta que se deveriam trabalhar seis dias, mas o sétimo era dedicado ao repouso absoluto, sob pena de rigorosa punição para quem descumprisse essa ordem divina. O relato bíblico informa que a proibição incluía não acender fogo no sábado (Êxodo 35:3), o que alguns comentaristas relacionam especialmente aos trabalhos metalúrgicos e culinários. A instrução deixa claro que a santidade do tempo de Deus não deveria ser violada por nenhuma pressa em executar a obra sagrada.

Convite para ofertas e trabalho voluntário (Êxodo 35:4-9)

Na sequência, Moisés convocou os filhos de Israel a trazerem ofertas de todo tipo para a construção do Tabernáculo. Segundo Êxodo 35:5, todo aquele cujo coração era voluntário poderia trazer suas contribuições. O texto bíblico revela que o propósito era recolher os materiais necessários à confecção dos utensílios, cortinas, bases e tudo que seria utilizado na edificação do santuário de Deus.

Estes versículos exemplificam o caráter participativo daquela obra. Não se tratava apenas de obedecer a uma ordem, mas também de envolver o coração do povo. Materiais preciosos, como ouro, prata e bronze, bem como tecidos, peles, madeira de acácia e óleos, seriam essenciais para a elaboração de cada detalhe do Tabernáculo. Nesse sentido, a narrativa bíblica indica que a iniciativa pessoal de cada israelita, movido por gratidão e devoção ao Senhor, formaria a base do que viria a ser o lugar de habitação de Deus no meio deles.

Os israelitas respondem ao chamado (Êxodo 35:10-29)

A partir do versículo 10, Moisés detalha a extensão do convite, pedindo que “todos os homens hábeis” se apresentem para a realização dos ofícios manuais, do acabamento às peças de arte. O relato bíblico informa que, mais do que apenas Bezalel e Aoliabe, muitas outras pessoas dotadas de habilidades poderiam colaborar nesse empreendimento.

Esse trecho do capítulo mostra como Israel participou intensamente da construção do Tabernáculo. As mulheres, por exemplo, demonstraram seu compromisso ao fiar, tecer e preparar os tecidos, enquanto os chefes das tribos, em posição social privilegiada, ofertaram pedras preciosas e especiarias (Êxodo 35:25).

Segundo Êxodo 35, cada indivíduo, independentemente de possuir grandes recursos ou simples matérias-primas, contribuiu conforme suas possibilidades. Essa participação coletiva evidenciava uma importante lição: a casa de Deus é edificada pelo esforço conjunto de todos os membros do Seu povo, e não apenas pelos líderes ou pelos mais talentosos.

É digno de nota como essa ação unânime também ratificava a renovação da aliança entre Deus e Israel. No episódio do bezerro de ouro, o povo havia demonstrado desobediência e impaciência. Agora, em contraste, havia aparecido uma nação pronta a obedecer às ordens divinas e a se empenhar naquilo que o Senhor designara. O texto realça a mudança de atitude dos israelitas, que dedicaram seus bens e esforços para cumprir precisamente o que Deus ordenou, em vez de seguirem suas vontades equivocadas.

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A capacitação divina de Bezalel e Aoliabe (Êxodo 35:30-35)

Finalmente, o capítulo destaca Bezalel, da tribo de Judá, e Aoliabe, da tribo de Dã, como líderes que coordenariam a execução de toda a obra. O texto bíblico registra que ambos foram capacitados pelo Espírito de Deus e agraciados com habilidades especiais para trabalhar em marcenaria, metalurgia, lapidação de pedras, arte de entalhe e todo tipo de obra artística.

Além disso, Êxodo 35:34 salienta que o Senhor lhes concedeu não apenas sabedoria para confeccionar as peças, mas também a capacidade de ensinar outras pessoas que se dispuseram a participar do projeto. Essa ênfase na transmissão de conhecimento reforça que a construção do Tabernáculo não seria apenas o fruto do talento isolado de dois ou três especialistas, mas, antes, o resultado de uma verdadeira cooperação espiritual e artesanal.

O relato bíblico informa que Deus escolheu esses artífices específicos para guiá-los e orientá-los, assegurando que tudo fosse feito conforme as ordens divinas. Essa precisão denota que a construção do Tabernáculo não era meramente um projeto arquitetônico qualquer, mas a própria expressão da presença de Deus entre o Seu povo. Ao repetir, nos capítulos subsequentes, que os israelitas executaram tudo “conforme o Senhor ordenara a Moisés”, a Escritura ressalta o valor da obediência minuciosa.

Conclusão sobre Êxodo 35

Em síntese, Êxodo 35 é um dos exemplos mais claros, no Antigo Testamento, da interação entre o compromisso do povo de Deus e a capacitação divina. A reunião dos recursos – desde os mais valiosos até os mais simples – e a participação coletiva de homens e mulheres, de líderes e artesãos, criaram uma unidade que revelava tanto a fidelidade do povo quanto a graça de Deus em lhes permitir recomeçar após o pecado do bezerro de ouro.

O capítulo também expõe a necessidade que há no equilíbrio entre zelo e obediência. Embora houvesse urgência em iniciar a obra do Tabernáculo, o mandamento divino quanto ao dia de descanso não deveria ser quebrado. Assim, os israelitas aprenderam que todo serviço, por mais sagrado que fosse, deveria ser submetido às diretrizes da Palavra do Senhor.

Esse princípio permanece significativo para a Igreja até hoje. A obra de Deus não se baseia apenas na boa vontade humana ou na mera soma de talentos, mas na dependência contínua da direção divina. Além disso, a proclamação de que cada israelita poderia oferecer algo – seja o que tinha, seja o que sabia fazer – encontra paralelo no ensino neotestamentário de que cada membro do Corpo de Cristo cumpre um papel específico (cf. Efésios 4:16). Todos são convidados a cooperar com fidelidade, segundo as forças, recursos e habilidades que o próprio Deus concedeu.

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