Quem Foi o Último Profeta da Bíblia?

O último profeta da Bíblia na tradição profética de Israel foi João Batista. Ele foi o profeta escolhido por Deus para ser o precursor de Jesus Cristo. O ministério de João se focava no arrependimento e preparação para a chegada do Messias. João não buscava glória para si, mas apontava para a grandeza daquele que viria após ele.

João Batista, o último profeta da Bíblia, teve uma vida bastante singular. Ele costumava viver no deserto, se vestir com peles de camelo e se alimentar de mel silvestre e gafanhotos. Esse seu comportamento também remetia a outros profetas que o precederam, especialmente o profeta Elias.

Além disso, João ficou conhecido como “o batista”, justamente porque ele batizava as pessoas arrependidas como símbolo da purificação dos pecados. Embora o Senhor Jesus Cristo jamais tenha pecado, João Batista também foi o responsável por batizá-lo, um evento que basicamente marcou o início do ministério público de Jesus. Foi ainda João Batista, como o último profeta, que apresentou Jesus Cristo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29).

Por que João Batista foi o último profeta?

Para falar de João Batista como o último profeta da Bíblia, primeiro é importante considerar o contexto maior do ministério profético na história bíblica. Curiosamente, a primeira profecia registrada na Bíblia foi proferida pelo próprio Deus logo após a Queda do Homem. Foi Deus quem anunciou pela primeira vez a vinda de um Redentor capaz de resolver o problema do pecado (Gênesis 3:15). Essa primeira profecia geralmente é conhecida como “protoevangelho”, que significa “primeiro evangelho”.

Depois, a revelação especial de Deus aos homens foi ocorrendo de forma progressiva, e nesse processo de autorrevelação Deus escolheu, capacitou e usou algumas pessoas como seus agentes. Portanto, os profetas na Bíblia são apresentados como os agentes da revelação de Deus.

A primeira pessoa a ser identificada como profeta na Bíblia foi Abraão (Gênesis 20:7). Moisés, o grande líder e legislador de Israel, também era considerado um profeta (Deuteronômio 34:10). Antes deles, Enoque, aquele que viveu antes do grande dilúvio, de acordo com Judas também foi alguém que profetizou da parte de Deus, embora jamais ele seja chamado de profeta na Bíblia (cf. Judas 1:14).

No entanto, parece ter sido com o profeta Samuel que teve início a conhecida escola profética de Israel, responsável por uma longa tradição de profetas que anunciaram a Palavra de Deus deste o período da monarquia até o pós-exílio do povo de Deus na Babilônia. Um dos profetas do período pós-exílio foi o profeta Malaquias, e após o seu ministério houve um período de séculos de silêncio profético, quando nenhuma nova palavra da parte de Deus foi registrada, até que chegou o tempo do ministério de João Batista como o último profeta, encerrando essa tradição profética de Israel.

Jesus falou que João Batista foi o último profeta

A prova de que João Batista encerrou a escola profética de Israel foi dada pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Foi Jesus quem falou que a Lei e os Profetas duraram até João, e desde então é anunciado o Reino de Deus (Lucas 16:16).

Considerando tudo isso, podemos entender que João Batista viveu no limiar da Nova Aliança, e foi a ponte entre as profecias messiânicas do Antigo Testamento e o cumprimento dessas profecias em Jesus. Isso, inclusive, está de acordo com o que escreveu o autor da Carta aos Hebreus, ao explicar que antigamente Deus havia falado muitas vezes e de muitas maneiras através dos profetas, mas que agora havia chegado o tempo de Deus falar aos homens através de seu Filho (Hebreus 1:11).

Por isso, entendemos que Jesus Cristo é a revelação final da parte de Deus para nós, e faz todo sentido saber que o último profeta foi justamente aquele que preparou o caminho para a manifestação pública de Cristo há cerca de dois mil anos.

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Outras pessoas profetizaram depois do último profeta?

Muitas pessoas não entendem corretamente como João Batista pode ter sido o último profeta se na Bíblia há o registro de outras pessoas que profetizaram após ele. De fato, no tempo da Igreja do Novo Testamento, o texto bíblico cita pessoas que profetizavam entre os cristãos, como por exemplo, Ágabo e as filhas do evangelista Filipe (Atos 11:27; 21:9-12).

No entanto, esses profetas neotestamentários eram de um tipo bem diferente daqueles que pertenceram à tradição profética de Israel, e que estiverem envolvidos em eventos cruciais da história da redenção que culminou na encarnação do Filho de Deus. Um exemplo claro disso é que nenhum desses profetas trouxe qualquer nova revelação divina que se tornou doutrina para a Igreja, e nem produziu qualquer Escritura da parte de Deus. Parece que esses profetas tinham apenas uma atuação temporal e local nas comunidades cristãs.

Na verdade, no Novo Testamento são os apóstolos os correspondentes aos profetas veterotestamentários. Assim como os profetas do Antigo Testamento, os apóstolos lançaram os fundamentos doutrinários da Igreja, e pela agência do Espírito Santo concluíram o Cânon da Escritura onde temos até hoje registradas de forma inerrante, infalível e autoritativa, todas as profecias de Deus para o seu povo.

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