Estudo Bíblico de Êxodo 24

Êxodo 24 é um capítulo fundamental que destaca a solenidade da aliança entre Deus e o povo de Israel no Monte Sinai. O estudo bíblico de Êxodo 24 nos leva a entender a seriedade e a profundidade do compromisso que Israel fez com Deus e vice-versa.

Uma sugestão de esboço de Êxodo 24 pode ser organizado da seguinte forma:

  • A apresentação da aliança (Êxodo 24:1-3).
  • A solenidade e a ratificação da aliança (Êxodo 24:4-8).
  • A visão de Deus no monte (Êxodo 24:9-11).
  • Moisés no Monte Sinai (Êxodo 24:12-18).

A Apresentação da aliança (Êxodo 24:1-3)

Os primeiros versículos de Êxodo 24 registra que Deus chamou Moisés, juntamente com Arão, Nadabe, Abiú e setenta dos anciãos de Israel, para subirem ao Monte Sinai (Êxodo 24:1). Esta seleção de líderes é significativa. Nadabe e Abiú, filhos de Arão e sobrinhos de Moisés, embora mais tarde tenham enfrentado o julgamento divino, naquele momento ainda representavam a futura liderança sacerdotal junto com seu pai.

Os setenta anciãos, por sua vez, provavelmente representavam as lideranças das doze tribos israelitas (cf. Números 11:16). Alguns estudiosos sugerem que esse número também podia fazer referência aos setenta descendentes de Jacó (Gênesis 46:27). Esta estrutura de liderança sugere uma representação abrangente do povo de Israel. Porém, o texto bíblico deixa claro que apenas Moisés é quem poderia se aproximar mais do Senhor (Êxodo 24:2).

Moisés transmitiu ao povo todas as palavras e estatutos de Deus. O povo, em uníssono, prometeu obedecer a tudo o que Deus ordenou (Êxodo 24:3). No versículo 3 há uma distinção entre “palavras” e “estatutos”. Muitos comentaristas concordam que isso talvez possa indicar a inclusão tanto da lei moral quanto da lei civil e cerimonial.

A solenidade e a ratificação da aliança (Êxodo 24:4-8)

O texto bíblico diz que Moisés registrou meticulosamente tudo o que Deus havia comunicado. A escrita das palavras de Deus era um ato de solidificação da aliança, garantindo que as gerações futuras tivessem um registro tangível das promessas e mandamentos do Senhor. Então, no dia seguinte uma importante solenidade aconteceu. Moisés construiu um altar ao pé do monte, juntamente com doze colunas de pedra, representando as doze tribos de Israel (Êxodo 24:4).

Nesse contexto, jovens israelitas ofereceram holocaustos e sacrificaram novilhos como ofertas pacíficas ao Senhor. Moisés, então, tomou metade do sangue dos sacrifícios e o colocou em bacias, enquanto a outra metade foi aspergida no altar (Êxodo 24:5,6). O sangue, no contexto do Antigo Testamento, era visto como portador de vida e era um elemento central em rituais de purificação e expiação. Aspergir o sangue sobre o altar, simbolizava o perdão de Deus e a purificação do povo da aliança.

Em seguida, Moisés leu em voz alta para o povo o “Livro da Aliança”, contendo os termos do pacto. Mais uma vez o povo respondeu reafirmando seu compromisso de obedecer a Deus (Êxodo 24:7). Então, Moisés aspergiu o sangue sobre o povo, selando a aliança (Êxodo 24:8). Este ato simbolizava a ratificação da aliança, lembrando o povo de sua promessa de fidelidade a Deus e da promessa de Deus de ser o Deus daquele povo.

A visão de Deus no monte (Êxodo 24:9-11)

Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e os setenta anciãos, subiram no monte conforme a instrução divina (Êxodo 24:9). O que aconteceu em seguida foi algo extraordinário. O texto bíblico registra que eles tiveram uma visão do Deus de Israel. Obviamente eles não tiveram uma visão completa da presença divina. Na verdade, eles tiveram uma amostra do esplendor e da majestade de Deus, e viram algo que se assemelhava a um pavimento de pedra de safira, claro como o céu (Êxodo 24:10).

Muitos comentaristas entendem que essa visão foi uma representação da pureza e santidade de Deus. Este encontro íntimo com Deus culminou em uma refeição comunal, simbolizando comunhão e aliança. Notavelmente, Deus não estendeu Sua mão contra aqueles homens. Na verdade, eles tiveram aquela visão de Deus e comeram e beberam, indicando uma comunhão pacífica com Ele (Êxodo 24:11).

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Moisés no Monte Sinai (Êxodo 24:12-18)

Depois, Deus chamou Moisés para subir a um lugar ainda mais elevado (Êxodo 24:12). O texto bíblico diz que Josué era como um servo pessoal de Moisés e o acompanhou em direção ao cume do monte, mas Arão e os anciãos ficaram onde estavam (Êxodo 24:13,14).

O texto bíblico registra que subindo Moisés ao cume do monte, a nuvem da glória de Deus cobriu aquele lugar, e Moisés entrou no meio da nuvem (Êxodo 24:15-18). A glória de Deus foi manifestada como um fogo consumidor no cume do monte (Êxodo 24:17). Moisés ficou na presença de Deus no monte quarenta dias e quarenta noites. Durante esse período, Moisés recebeu a Lei de Deus, o que incluía as tábuas que continham os Dez Mandamentos, além das instruções a respeito do Tabernáculo e do sacerdócio em Israel.

Resumo e aplicação de Êxodo 24

Em resumo, Êxodo 24 destaca a seriedade e a solenidade da aliança entre Deus e Israel. Através de rituais, símbolos e proclamações, o povo de Israel foi constantemente lembrado de sua relação especial com Deus e das responsabilidades que essa relação implicava.

Em certo sentido, Êxodo 24 também apontava para uma realidade futura ainda maior. De forma muito clara o texto mostra como foi maravilhosa a manifestação da presença de Deus no Monte Sinai, mas ainda assim havia uma distância entre o povo e Deus. Por causa da santidade e do esplendor da glória divina, o povo foi instruído a adorar à distância.

Mas no Novo Testamento, os crentes são chamados a se aproximar com confiança ao trono da graça de Deus (Hebreus 4:16). Agora, pela obra redentora de Cristo, os redimidos têm a sua disposição um novo e vivo caminho, e podem entrar no Santo dos Santos e desfrutar da mais íntima comunhão com o Senhor.

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