Êxodo 25 traz instruções detalhadas dadas por Deus a Moisés para a construção do Tabernáculo. O estudo bíblico de Êxodo 25 mostra como o Tabernáculo serviria como centro da adoração e da presença divina entre o povo de Israel. Desta forma, este capítulo marca um ponto crucial na jornada dos israelitas, e é fundamental para entendermos a importância do culto e da adoração no contexto da antiga aliança.
Após a libertação do Egito, os israelitas começaram a peregrinar pelo deserto. Porém, era necessário que um padrão para a adoração e comunhão com Deus fosse estabelecido de forma oficial. Então, entre os capítulos 25 e 31 do livro de Êxodo, Deus instruiu Moisés a este respeito, provendo as informações necessárias para o projeto de um santuário móvel, com sua mobília e utensílios, e estabeleceu também as bases do sacerdócio.
Em Êxodo 25, especificamente, encontramos a ordenança divina a respeito da construção da Arca da Aliança, da mesa dos pães da proposição, e do candelabro de ouro. Cada um destes elementos do Tabernáculo tinha um significado simbólico e espiritual, representando a presença e a santidade de Deus no meio de seu povo.
Um esboço de Êxodo 25 pode ser organizado da seguinte forma:
- As ofertas para o Tabernáculo (Êxodo 25:1-9).
- A Arca da Aliança: símbolo da presença de Deus (Êxodo 25:10-22).
- A mesa para os pães da proposição: símbolo da provisão de Deus (Êxodo 23:30).
- O candelabro de ouro: símbolo da luz de Deus (Êxodo 25:31-40).
As ofertas para o Tabernáculo (Êxodo 25:1-9)
Êxodo 25 começa registrando como Deus instruiu Moisés a coletar ofertas do povo de Israel (Êxodo 25:1,2). A lista de contribuições incluía ouro, prata, cobre, tecidos finos, peles de animais, madeira de acácia, óleo, especiarias e pedras preciosas (Êxodo 25:3-7). Essas ofertas deveriam ser dadas de coração, refletindo a disposição e a devoção do povo em participar da obra de Deus e da adoração. Ainda hoje, os crentes são chamados a ofertar ao Senhor com alegria e disposição própria (2 Coríntios 9:7).
Em seguida, o texto bíblico explica que as ofertas tinham o propósito de construir um santuário onde Deus habitaria no meio de seu povo (Êxodo 25:8). Em outras palavras, a construção de um santuário simbolizava a presença contínua e a santidade de Deus entre os israelitas. Desta forma, Êxodo 25 mostra claramente que o objetivo divino é habitar entre Seu povo. Este desejo de proximidade é um tema recorrente na história bíblica, culminando na encarnação de Cristo em quem se cumpre plenamente os símbolos da antiga aliança.
O registro bíblico também indica que o Tabernáculo não deveria ser construído de qualquer maneira. Moisés não poderia construir o santuário segundo o seu próprio gosto, ou guiado pelas preferências do povo. Na verdade, tudo deveria ocorrer de acordo com as estritas instruções do Senhor, indicando que a obediência ao plano divino é essencial (Êxodo 25:9).
A Arca da Aliança: símbolo da presença de Deus (Êxodo 25:10-22)
Na segunda seção de Êxodo 25, o texto traz as instruções detalhadas do Senhor para a construção da Arca da Aliança. Isto incluía não apenas o seu formato, mas suas dimensões e materiais. A Arca seria feita de madeira de acácia e revestida de ouro puro (Êxodo 25:10,11).
Haveria também argolas de ouro nos cantos da Arca, que serviriam como suporte para varas de madeira de acácia revestidas de ouro que seriam usadas para transportá-la (Êxodo 25:12-15). Dentro da Arca seriam colocadas as tábuas da Lei, simbolizando a base da aliança entre Deus e Israel (Êxodo 25:16). Posteriormente, a Arca também abrigaria um vaso com o maná e a vara de Arão que floresceu.
A tampa da Arca também deveria ser feita de ouro puro, com dois querubins de frente um para o outro com suas asas estendidas e olhando para o propiciatório (Êxodo 25:17-20). O propiciatório serviria como um símbolo do trono do Deus invisível, onde Ele se encontraria com Israel, indicando a misericórdia divina e a expiação dos pecados (Êxodo 25:21,22).
Portanto, a Arca da Aliança é descrita em Êxodo 25 como o centro do Tabernáculo. Inclusive, os detalhes de sua construção enfatizavam a santidade e a importância da aliança de Deus com Israel, de modo que ela era a representação máxima da presença de Deus no meio do seu povo na antiga aliança. Mas embora a Arca fosse um símbolo visível da presença de Deus, ela nunca foi objeto de adoração em si.
A mesa para os pães da proposição: símbolo da provisão de Deus (Êxodo 23:30)
A terceira seção de Êxodo 25 traz as instruções divinas para a construção da mesa para os pães da proposição. A mesa também deveria ser feita de madeira de acácia e revestida de ouro, com molduras, argolas e varais para transporte (Êxodo 25:23-28). Deus também deu instruções sobre como deveriam ser feitos os utensílios, como pratos, colheres, cobertas e tigelas para libações (Êxodo 25:29).
O texto explica que sobre a mesa seria colocado o pão da proposição — ou pão da presença — perante a face do Senhor (Êxodo 25:30). Na verdade, doze pães eram postos sobre a mesa, representando as doze tribos de Israel. Esses pães eram substituídos semanalmente e consumidos pelos sacerdotes. O pão da proposição representava a provisão contínua de Deus para seu povo, lembrando também aos israelitas de sua dependência do Senhor para todas as suas necessidades.
O candelabro de ouro: símbolo da luz de Deus (Êxodo 25:31-40)
Em sua última seção, Êxodo 25 registra também as instruções divinas para a confecção do candelabro de ouro. O candelabro seria feito de ouro puro batido, como uma peça única, e com detalhes bem elaborados, com hastes e copos decorados em forma de amêndoas e flores de amendoeira (Êxodo 25:40-36).
O candelabro sustentaria sete lâmpadas, e até mesmo os seus espevitadores e apagadores seriam de ouro puro. Para isto, seriam utilizados cerca de trinta e cinco quilos de ouro, e tudo deveria ser feito conforme o modelo divino mostrado a Moisés no monte (Êxodo 25:37-40).
O candelabro de ouro, também chamado “Menorah”, com suas sete lâmpadas que deviam ficar continuamente acessas, não apenas iluminava o Tabernáculo, mas também simbolizava a luz da presença de Deus em Israel, apontando também para a revelação divina na orientação e iluminação do povo da aliança.
Conclusão de Êxodo 25
Êxodo 25 é um capítulo rico em simbolismo e significado. Isso quer dizer que este capítulo não é apenas uma lista sobre instruções de construção, mas é uma revelação profunda sobre a natureza da adoração, a santidade de Deus e a relação pessoal que Ele deseja ter com o seu povo. Através do Tabernáculo, Deus estabeleceu um padrão para a adoração em Israel, e seus elementos também serviam como lembretes constantes da presença, provisão e promessas de Deus.
Mas os elementos físicos que foram construídos e introduzidos segundo às instruções divinas em Êxodo 25, também apontavam para uma realidade futura superior. Nós sabemos que em Jesus Cristo se cumprem todos estes símbolos, de modo que Ele é a real revelação da presença de Deus, da qual a Arca da Aliança apenas representava, bem como Ele é o Pão da Vida que sustenta o seu povo para a vida eterna, e a Luz que ilumina o mundo de trevas.
Além disto, Êxodo 25 também traz algumas aplicações práticas importantes para a vida cristã. Por exemplo: assim como os israelitas contribuíram para a construção do Tabernáculo, somos chamados a participar ativamente na adoração, na contribuição e no serviço a Deus. Assim como o Tabernáculo era um símbolo da presença contínua de Deus, hoje, através de Jesus Cristo, temos acesso direto a essa presença. Também, as instruções detalhadas para a construção do Tabernáculo nos lembram da importância da santidade e da reverência na adoração.