Estudo Bíblico de Êxodo 26

Êxodo 26 registra as instruções divinas dadas a Moisés para a construção do Tabernáculo. O estudo bíblico de Êxodo 26 indica que este é um capítulo fundamental dentro da história bíblica do Antigo Testamento, pois descreve não apenas como deveria ser a estrutura física do Tabernáculo, mas como aquele seria o local do encontro entre Deus e o seu povo.

Em outras palavras, a ordenança do Senhor para a construção do Tabernáculo em Êxodo 26 indicava o desejo divino de habitar com o seu povo, refletindo Sua santidade, ordem e a necessidade de redenção. Nesse sentido, o Tabernáculo servia como um símbolo da presença de Deus entre os israelitas, e era um elemento importante na adoração e na identidade do povo de Israel na Antiga Aliança.

Um esboço de Êxodo 26 pode ser organizado em três partes principais:

  • As cortinas do Tabernáculo (Êxodo 26:1-14).
  • A estrutura do Tabernáculo (Êxodo 26:15-30).
  • O véu separador e a porta do Tabernáculo (Êxodo 26:31-37).

As cortinas do Tabernáculo (Êxodo 26:1-14)

Êxodo 26 começa trazendo instruções detalhadas sobre a confecção das cortinas do Tabernáculo. Primeiro, é importante entender que a estrutura do Tabernáculo era semelhante a uma tenda nômade, e, de fato, o Tabernáculo tinha de servir como um santuário móvel. As dimensões ampliadas do Tabernáculo também mostravam a importância daquele projeto. Na verdade, o Tabernáculo propriamente dito, tinha 13,72 metros de comprimento, 4,57 metros de largura e altura.

Então, Deus ordenou que fossem confeccionadas dez cortinas de linho fino retorcido, com fios azuis, púrpuras e carmesins, e adornadas com querubins (Êxodo 26:1). Estas cortinas mediam aproximadamente 12,80 metros de comprimento por 1,83 de largura, e eram unidas em dois conjuntos, formando um toldo que cobria o Tabernáculo. As cortinas eram visíveis apenas internamente, e seus adornos com figuras de querubins, representavam a proximidade divina e a santidade daquele espaço (Êxodo 26:2-6). A especificidade das medidas e materiais para o Tabernáculo nesta seção de Êxodo 26, reflete a ordem e a precisão exigidas por Deus na construção de um espaço de adoração.

Deus instruiu que o Tabernáculo fosse coberto por onze cortinas externas feitas de pelos de cabra, juntamente com duas cobertas adicionais de peles de carneiro e peles finas, provavelmente de animais marinhos (Êxodo 26:7-14). Estas cortinas externas eram mais longas que as cortinas internas, e serviam para proteger as cortinas inferiores e o espaço interno do Tabernáculo contra os elementos naturais. Inclusive, as cobertas feitas de peles de carneiro e peles de animais marinhos, forneciam uma proteção à prova d’água.

A estrutura do Tabernáculo (Êxodo 26:15-30)

Na sequência, Êxodo 26 registra as instruções sobre a estrutura que sustentaria o Tabernáculo. O texto bíblico indica que a estrutura do Tabernáculo era composta por tábuas de madeira de acácia, revestidas de ouro e apoiadas em bases de prata (Êxodo 26:15-25). Estas tábuas, possivelmente pranchas verticais, formavam as paredes e eram estabilizadas por travessas horizontais (Êxodo 26:26-30). Esta estrutura robusta podia ser montada ou desmontada rapidamente, refletindo a natureza nômade de Israel naquele momento, e a presença constante de Deus em suas jornadas.

O Tabernáculo era armado em terrenos irregulares e muitas vezes arenosos e instáveis. Assim, as bases de prata forneciam estabilidade e segurança à estrutura. Curiosamente, a prata usada para fazer estas bases eram originárias do “dinheiro da redenção” coletado dos homens israelitas em idade de serviço militar. Então, alguns comentaristas enxergam nisto uma representação de que a fundação do Tabernáculo repousava na redenção divina.

O véu separador e a porta do Tabernáculo (Êxodo 26:31-37)

Em Êxodo 26 o Senhor também ordenou a criação de um véu separador feito dos mesmos materiais das cortinas internas, e decorado com querubins para estabelecer uma divisão entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos (Êxodo 26:31-33).

O Santo Lugar era um tipo de antecâmara real que se estendia até a entrada da tenda. Era no Santo Lugar que ficavam a mesa dos pães da proposição e o candelabro de ouro. Já o Santo dos Santos era um cubo perfeito de 4,57 metros e era o local onde Deus se encontrava com o sumo sacerdote, pois ali ficava abrigada a Arca da Aliança (Êxodo 26:34,35).

Por fim, Deus também instruiu Moisés a respeito de como fazer a porta do Tabernáculo. O texto indica que a porta do Tabernáculo era coberta por uma cortina bordada feita do mesmo material que as cortinas interiores, e apoiada em colunas de acácia (Êxodo 26:36). Esta entrada, de certa forma, era um convite para a comunhão com Deus, mas também um lembrete da necessidade de preparação e reverência. As cortinas e as barras de acácia que sustentavam o Tabernáculo nitidamente indicavam que aquele era um espaço sagrado, móvel e, ao mesmo tempo, durável.

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Significado espiritual e simbolismo de Êxodo 26

O Tabernáculo descrito em Êxodo 26 era uma representação física da presença de Deus e de Sua relação com Seu povo. As cortinas, com querubins bordados, lembravam a santidade de Deus e a separação entre o divino e o humano.

Mas embora o Tabernáculo fosse um símbolo significativo da presença de Deus, ele era, em última análise, provisório. Neste sentido, o santuário terreno representava o templo celestial de Deus e prefigurava a encarnação divina em Jesus Cristo. O autor de Hebreus enfatiza que o Tabernáculo e seu ministério eram insuficientes por si só, e apontava para a obra sacerdotal final e completamente suficiente de Cristo.

O véu separador descrito em Êxodo 26, simbolizava a inacessibilidade de Deus, bem como a necessidade de uma mediação por causa do pecado do homem. Portanto, este véu era muito mais do que apenas uma divisão física dentro de uma tenda. Mais tarde, ficou claro no registro bíblico que essa mediação perfeita foi cumprida em Cristo. Durante a morte de Jesus Cristo, este véu separador foi rasgado, marcando a restauração do acesso direto a Deus mediante Sua obra expiatória.

Portanto, Êxodo 26 não é apenas o relato de uma série de instruções para a construção de uma tenda física; é também uma revelação da natureza de Deus e de Sua relação com Seu povo. Neste sentido, a descrição bíblica do Tabernáculo ainda hoje pode nos ensinar sobre a santidade de Deus, a importância da obediência às ordenanças divinas, a reverência na adoração, a necessidade de redenção e a promessa da presença contínua de Deus entre Seu povo. Mais do que isto, Êxodo 26 nos lembra que, em Cristo, temos acesso pleno e direto a Deus, cumprindo o que o Tabernáculo apenas simbolizava.

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